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'Eles não saberão onde eu estarei', afirma María Corina sobre volta à Venezuela

Instituto Nobel confirmou que Machado empreendeu uma jornada perigosa para chegar a Oslo a partir de seu esconderijo na Venezuela

María Corina Machado: líder da oposição venezuelana fala em Oslo após receber o Prêmio Nobel da Paz. (Odd ANDERSEN / AFP via Getty Images)

María Corina Machado: líder da oposição venezuelana fala em Oslo após receber o Prêmio Nobel da Paz. (Odd ANDERSEN / AFP via Getty Images)

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 07h42.

Em uma entrevista coletiva em Oslo nesta quinta-feira, 11, a opositora venezuelana e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, declarou sua intenção de retornar à Venezuela, entrar em esconderijo e continuar sua luta contra o regime autoritário de Nicolás Maduro.

“Eu não acho que eles souberam onde eu estive e eles teriam feito tudo o que pudessem para me parar”, disse Machado, falando ao lado do primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Store, segundo a Bloomberg.

Machado, que lidera a oposição ao governo de Maduro, explicou seus planos de retorno. "Quando eu voltar, existem duas possibilidades. Não há certeza sobre onde o regime estará, mas se ainda estiver no poder, certamente estarei com o meu povo e eles não saberão onde eu estarei. Temos maneiras de fazer isso”, afirmou.

Jornada de esconderijo a Oslo

O Instituto Nobel confirmou que Machado empreendeu uma jornada perigosa para chegar a Oslo a partir de seu esconderijo na Venezuela. A viagem foi tão arriscada que Machado perdeu a cerimônia do Prêmio Nobel da Paz por poucas horas. Na ausência dela, sua filha, Ana Corina Sosa, recebeu o prêmio em seu nome.

A viagem envolveu Machado atravessando o Mar do Caribe até a ilha de Curacao, uma ilha caribenha a cerca de 40 milhas da Venezuela. O atraso foi causado pelo mau tempo, de acordo com fontes que estavam a par da situação.

A saída de Machado da Venezuela foi facilitada por figuras dentro do regime de Maduro, embora ela tenha se recusado a fornecer detalhes sobre sua jornada, alegando que isso colocaria em risco aqueles que a ajudaram.

“Um dia eu poderei contar a vocês”, disse Machado emocionada. “Foi uma experiência e tanto”.

Machado reiterou sua disposição em continuar a luta contra o governo de Maduro. Ela destacou que a comunidade internacional deve agir para reduzir os recursos financeiros do regime, principalmente cortando as receitas do petróleo.

“Pedimos à comunidade internacional que corte essas fontes”, afirmou Machado, referindo-se ao acesso do regime aos fundos gerados pelas exportações de petróleo.

Em resposta à especulação sobre uma intervenção militar estrangeira na Venezuela, Machado expressou sua crença de que a Venezuela já foi invadida de forma figurada, devido à influência de potências estrangeiras, como Rússia e Irã, que apoiam o governo de Maduro.

O reconhecimento de Machado pelo Comitê Nobel gerou controvérsias, especialmente devido ao seu apoio à presença militar dos EUA no Caribe e sua defesa das ameaças de Trump de usar força para remover Maduro. No entanto, a aceitação do prêmio por sua filha foi recebida com uma ovação de pé em Oslo, demonstrando grande apoio internacional à causa de Machado.

Após sua chegada a Oslo, Machado se reuniu com sua família pela primeira vez em anos, um momento emocional para a líder da oposição venezuelana. “Eu os abracei todos ao mesmo tempo”, disse Machado, visivelmente emocionada.

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