Eleições nos EUA: quanto custa uma campanha para ser presidente?
Kamala Harris arrecadou mais que Donald Trump até agora; valores superam 1 bilhão de dólares
Repórter colaborador
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 13h23.
Enquanto a batalha pela Casa Branca está chegando ao fim -a eleição vai acontecer em 5 de novembro-, a democrata KamalaHarris e o republicano Donald Trump travam uma disputa paralela: quem consegue arrecadar mais dinheiro até o final da campanha, algo muito importante para um pleito bastante equilibrado como este, conforme apontam as pesquisas.
Com isso, o custo de uma campanha presidencial pode facilmente superar US$ 1 bilhão. Em 2020, as duas campanhas arrecadaram US$ 1,5 bilhão cada uma.
Neste ano, a arrecadação está mais acelerada. A campanha democrata, que começou com o presidente Joe Biden e seguiu com Kamala, arrecadou mais de 1 bilhão de dólares até 30 de setembro e já passou de 1,6 bilhão. Trump se aproxima da marca de 1 bilhão, segundo dados levantados pelo jornal The New York Times.
Nos EUA, não há verbas públicas para campanha nem propaganda eleitoral gratuita. Assim, os candidatos precisam captar recursos para custear todos os gastos da disputa.
Kamala Harris e Donald Trump investem dezenas de milhões de dólares em anúncios de televisão, mas a democrata mostrou mais força para arrecadar fundos desde julho, quando o partido a lançou no lugar do presidente Joe Biden.
Segundo reportagem da Reuters, ela revelou à Comissão Eleitoral Federal gastos de US$ 270 milhões em setembro, principalmente com anúncios. No mesmo período, Trump registrou US$ 78 milhões em despesas semelhantes.
A conta bancária maior de Harris está ajudando a democrata a ter uma participação mais efetiva em anúncios de TV nos últimos dias de campanha, mesmo que isso não signifique muita coisa. Na disputa presidencial de 2016, Trump derrotou Hillary Clinton apesar de arrecadar menos dinheiro do que a democrata.
Perfil de doadores
Kamala arrecadou mais dinheiro do que Trump nos últimos meses, principalmente de pequenos doadores - incluindo em setembro, quando arrecadou US$ 222 milhões contra US$ 63 milhões do rival republicano.
No entanto, os apoiadores ricos de Trump, incluindo o bilionário Elon Musk, colocaram recursos significativos em grupos aliados ao ex-presidente.
O Super PAC Make America Great Again, um dos maiores comitês pró-Trump, recebeu uma contribuição de US$ 25 milhões em setembro do bilionário conservador Timothy Mellon, de acordo com um registro na Comissão Eleitoral Federal.
Mellon, herdeiro de uma família ligada ao setor bancário em Pittsburgh, já havia dado ao Super PAC pelo menos US$ 115 milhões no início do ano.
A campanha de Harris disse à Comissão Eleitoral Federal que entrou em outubro com US$ 187 milhões na conta bancária, em comparação com US$ 120 milhões relatados pela campanha de Trump.