Apoiadores levam cartazes com fotos de Modi em Amritstar (Narinder Nanu/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 1 de junho de 2024 às 14h21.
As eleições na Índia chegaram ao final neste sábado, dia 1º, após sete datas de votação. Com isso, foram relevadas as pesquisas de boca-de-urna. Elas apontam que o atual premiê, Narendra Modi, deve obter um terceiro mandato com facilidade.
A coligação de Modi deve levar uma maioria confortável, entre 353 e 392 assentos dos 543 lugares da Câmara baixa, chamada de Lok Sabha, segundo levantamentos feitos por agências de notícias e por quatro TVs indianas. Em 2019, data da última eleição, o grupo governista tinha levado 352 assentos.
A Índia é a maior democracia do mundo. Quase 1 bilhão de pessoas estavam aptas a votar, e o pleito foi organizado em sete datas diferentes, ao longo de quase dois meses. Os resultados oficiais devem ser divulgados na terça-feira, dia 4.
Após o fechamento das urnas, Modi disse que estava confiante na conquista de seu terceiro mandato consecutivo no cargo. “Posso dizer com confiança que o povo da Índia votou em números recordes para reeleger o governo da NDA”, escreveu Modi no X, referindo-se à sua coalizão governista, a Aliança Democrática Nacional.
“Eles viram nosso histórico e como nosso trabalho fez uma mudança qualitativa na vida dos pobres, marginalizados e oprimidos”, acrescentou.
Modi está no poder desde 2014. Uma vitória expressiva dará a ele mais força para governar a Índia e avançar as reformas que tem feito no país, que ampliaram a digitalização e as obras públicas.
Durante o governo Modi, a Índia teve um forte avanço econômico, puxado por reformas econômicas, obras de infraestrutura e aumento da digitalização. No período, a Índia teve um dos maiores crescimentos econômicos no mundo e passou de nona para quinta economia global. Veja mais números deste avanço abaixo:
Ao mesmo tempo, Modi foi criticado por estimular o nacionalismo hindu, o que favorece ataques aos muçulmanos, minoria na Índia, mas que representam um contingente de centenas de milhares de indianos. Ele também buscou concentrar poder e cercear a atuação da oposição.
“Durante o governo Modi, a Índia caiu em quase todos os rankings internacionais de monitoramento da democracia, de transparência e de acesso ao espaço cívico por organizações civis”, aponta Marianna Albuquerque, professora do Instituto de Relações Internacionais e Defesa na UFRJ e pesquisadora do Cebri.
Com AFP.