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EI consolida controle de ampla região em Síria e Iraque

O EI já controla metade do território da Síria, um país que é cenário de uma guerra civil há quatro anos

Vista da cidade de Palmira: EI já controla metade do território da Síria, um país que é cenário de uma guerra civil há quatro anos (Jonathan Klein/AFP)

Vista da cidade de Palmira: EI já controla metade do território da Síria, um país que é cenário de uma guerra civil há quatro anos (Jonathan Klein/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2015 às 11h17.

Damasco - Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) tomaram do regime da Síria o último posto na fronteira com o Iraque e consolidaram o controle de uma ampla região entre os dois países, após a conquista de Palmira, cujos tesouros arqueológicos estão ameaçados.

O EI já controla metade do território da Síria, um país que é cenário de uma guerra civil há quatro anos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Em oito dias, o grupo conseguiu conquistar Ramadi, capital da província iraquiana de Al-Anbar, Palmira, no deserto sírio, e o posto de fronteira de Al-Tanaf, ao sul, após a retirada das forças do regime.

Assim, o regime de Bashar al-Assad perdeu o controle das três passagens de fronteira com o Iraque, já que o posto de Bukamal também está sob controle do EI e o de Al-Yaarubia, mais ao norte, é dominado pelas forças curdas.

Apesar da campanha aérea iniciada em 2014 pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria, o grupo extremista sunita avança e amplia seu 'califado', declarado em junho do ano passado nas zonas sob seu controle em ambos países.

"O fato do EI controlar metade do território sírio (mais de 95.000 km2), significa que o regime sírio não domina mais que 22% deste território, pois o restante está nas mãos de outros grupos rebeldes, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

De acordo com Rahman, isto permitirá ao EI "ameaçar a Síria profunda, como Homs e Damasco", dois redutos do regime.

Palmira, ponto de convergência de várias estradas e situada na província de Homs, na fronteira com o Iraque, "pode ser utilizada para o lançamento de ataques em direção a Homs e Damasco", afirmou Matthew Henman, diretor do IHS Jane's Terrorism and Insurgency Centre.

Além disso, Palmira "constitui uma nova via para o Iraque, Al-Anbar e Ramadi", segundo o geógrafo e especialista em Síria Fabrice Balanche.

Temor pelas ruínas de Palmira

Depois que o EI destruiu vários tesouros arqueológicos no Iraque, a comunidade internacional teme que o mesmo aconteça com Palmira, uma cidade de mais de 2.000 anos, famosa por sus colunas romanas, seus templos e torres funerárias.

A Unesco pediu à ONU que proteja a cidade e advertiu que qualquer destruição de Palmira, considerada patrimônio mundial da humanidade, seria uma enorme perda para o mundo.

Um vídeo publicado no Youtube por um canal ligado ao EI mostra a entrada de Tadmor (nome árabe de Palmira) com um longo caminho deserto, posições do exército abandonadas e uma bandeira do Estado Islâmico hasteada em um edifício.

Desde o início em 13 de maio, a batalha de Palmira deixou quase 500 mortos e obrigou uma parte dos moradores a fugir, enquanto dezenas de civis foram fuzilados ou decapitados pelo EI, de acordo com o OSDH.

Além desta região, o EI controla a maior parte das províncias de Deir Ezor e Raqa (norte) e tem uma forte presença nas províncias de Hasake (nordeste), Aleppo (norte), Homs e Hama (centro).

Também controla praticamente todos os campos de petróleo e gás da Síria, que representam um faturamento importante.

Do outro lado da fronteira, o EI assumiu o controle de postos do governo ao leste de Ramadi, enquanto a contraofensiva das forças de segurança, auxiliadas por milícias xiitas, demora a chegar.

A perda de Ramadi significa um duro revés para o governo iraquiano e seu aliado Washington, que reconheceu que precisa reexaminar a estratégia para o Iraque.

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