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EI assume ataque em Istambul e atirador permanece solto

O grupo descreveu a boate Reina como um ponto de encontro para que cristãos celebrassem seu "feriado apostata"

Turquia: o ataque, disse, foi uma vingança pelo envolvimento militar da Turquia na Síria (Umit Bektas/Reuters)
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Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 16h37.

Cairo/Istambul - O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade nesta segunda-feira pelo ataque a tiros em uma boate lotada de Istambul na noite de Ano-Novo que deixou 39 mortos, realizado por um único atirador, que permanece solto.

O grupo descreveu a boate Reina, onde foram mortos muitos estrangeiros, assim como turcos, como um ponto de encontro para que cristãos celebrassem seu "feriado apostata".

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O ataque, disse, foi uma vingança pelo envolvimento militar da Turquia na Síria.

"O governo apostata da Turquia deve saber que o sangue de muçulmanos derramado com o fogo de aviões e artilharia irá, com a permissão de Deus, atear fogo em sua própria terra", dizia a declaração do Estado Islâmico.

Em uma coletiva de imprensa em Ancara, o porta-voz do governo turco Numan Kurtulmus não fez referência à reivindicação de autoria, mas disse que ficou claro que as operações militares da Turquia na Síria irritaram grupos terroristas e aqueles por trás deles.

"Este ataque é uma mensagem para a Turquia contra suas decisivas operações na fronteira" disse Kurtulmus, acrescentando que a ofensiva na Síria continuará até que todas as ameaças à Turquia sejam removidas.

As autoridades estão perto de identificar totalmente o atirador, disse Kurtulmus, após reunirem impressões digitais e informações sobre sua aparência e prenderem outras oito pessoas.

A Turquia, membro da Otan, faz parte de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico e lançou uma incursão na vizinha Síria em agosto, para afastar os militantes radicais sunitas, assim como as milícias curdas, de suas fronteiras.

O grupo jihadista tem sido apontado como responsável por pelo menos meia dúzia de ataques a alvos civis na Turquia nos últimos 18 meses; mas, além de assassinatos, esta é a primeira vez que assumiu diretamente qualquer um deles.

O grupo fez a declaração em um de seus canais no aplicativo Telegram, um método usado após ataques em outros lugares.

Cidadãos de Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Líbia, Israel, Índia, um cidadão turco-belga e uma mulher franco-tunisiana estavam entre os mortos, segundo autoridades.

Vinte e cinco mortos eram estrangeiros, de acordo com a agência de notícias estatal Anadolu.

As autoridades acreditam que o agressor possa ser de uma nação centro-asiática e suspeitam que ele tenha laços com o Estado Islâmico, segundo o jornal turco Hurriyet.

A polícia distribuiu uma foto em preto e branco de baixa resolução do suposto agressor, tirada de uma câmera de segurança.

O ataque a tiros na boate Reina, popular entre celebridades turcas e turistas ricos, abalou a Turquia em um momento no qual o país tenta se recuperar de uma fracassada tentativa de golpe de Estado, em julho, e uma série de atentados a bomba em cidades como Istambul e a capital Ancara, alguns atribuídos ao Estado Islâmico e outros a militantes curdos.

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