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Egito tem 11 mortos em confrontos durante referendo

Pelo menos 11 morreram e 28 ficaram feridos em choques entre manifestantes e policiais no primeiro dos dias de votação, segundo Ministério da Saúde do Egito

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 16h38.

Cairo - Os egípcios formaram longas filas nas seções eleitorais de todo o país nesta terça-feira para referendar uma nova constituição que representa um marco no projeto dos militares para o país, colocado em prática após o golpe que derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, em julho.

Pelo menos 11 pessoas morreram e 28 ficaram feridas em choques entre manifestantes e policiais no primeiro dos dias de votação, segundo o Ministério da Saúde do Egito.

A votação, que termina amanhã, representa um duro golpe para a campanha da Irmandade Muçulmana pelo retorno de Mursi, deposto depois de apenas um ano e três dias no poder, e abre caminho para uma possível corrida presidencial liderada pelo principal general do país, Abdel-Fattah el-Sissi.

Uma enorme operação de segurança foi deflagrada para proteger as seções eleitorais e eleitores contra possíveis ataques de militantes ligados a Mursi durante a votação, que acontece hoje e amanhã. Cento e sessenta mil soldados e mais de 200 mil policiais foram enviados para todos os cantos do país de 90 milhões de habitantes.

Carros não podem estacionar o passar pelas seções eleitorais e mulheres foram revistadas por policiais femininas. Helicópteros militares sobrevoavam o Cairo e outras grandes cidades.

Nos dias anteriores ao pleito, o Egito parecia mais um país que estava indo para a guerra do que se preparando para uma suposta transição para um governo democrático.

O governo e a mídia, esmagadoramente favorável aos militares, descreveram a votação como algo extremamente importante para a segurança e a estabilidade do país, assunto sobre o qual não pode haver discordância.

Centenas de milhares de panfletos, pôsteres, faixas e outdoors pediam aos egípcios que votem pelo "sim". Pôsteres e campanhas defendendo o "não" levaram a prisões de algumas pessoas.


O referendo é a sexta votação nacional desde que Hosni Mubarak foi derrubado por um levante popular, durante a Primavera Árabe, em 2011. Os outros cinco pleitos foram provavelmente os mais livres já ocorridos no Egito.

Embora acredite-se que a atual votação não deva registrar fraudes, ela acontece num período no qual muitas das liberdades conquistadas pelo levante que derrubou Mubarak desapareceram.

Pouco antes da abertura das urnas, às 9h, um artefato explosivo foi detonado em frente a um tribunal no Cairo, no bairro densamente povoado de Imbala. A explosão danificou a frente do prédio e quebrou algumas janelas de prédios próximos, mas não houve feridos.

Longas filas de eleitores começaram a se formar cerca de duas antes da abertura das urnas em alguns bairros do Cairo. Mulheres e idosos eram boa parte dos eleitores.

Algumas manifestações de apoio a Mursi foram registradas em diferentes partes do país. Em Bani Suef, um manifestante de 25 anos morreu após ser atingido por disparos quando ele e cerca de outras 100 pessoas tentaram invadir uma seção eleitoral. Em Sohag, a polícia abriu fogo contra um grupo de cerca de 300 manifestantes. Segundo a versão de uma fonte policial, os agentes de segurança reagiram a disparos de participantes do protesto. Três pessoas morreram.

Também houve confrontos e mortes no Cairo e na província de Gizé. O saldo da violência no primeiro dia de votação foi de 11 mortos e 28 feridos, segundo informações do Ministério da Saúde.

A nova Carta Magna do país, escrita por comitês dominados por liberais indicados pelo governo, apoiado pelos militares, proíbe partidos políticos que tenham a religião como base, dá às mulheres direitos iguais e protege o status de minorias cristãs. Por outro lado, conferes aos militares um status especial ao permitir a eles que selecionem seus próprios candidatos para o Ministério da Defesa pelos próximos oito anos e permite a eles levarem civis para serem julgados em tribunais militares.

A Constituição é, na verdade, uma versão alterada da Carta escrita pelos aliados islamitas de Mursi e ratificada, em dezembro de 2012, por 64% dos votos, embora isso tenha sido conquistado com um comparecimento às urnas de pouco mais de 30% dos eleitores. Ainda não se sabe quando serão divulgados os resultados do referendo desta semana. Fonte: Associated Press.

Atualizado às 17h38.

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Pelo menos 11 pessoas morreram e 28 ficaram feridas em choques entre manifestantes e policiais no primeiro dos dias de votação, segundo o Ministério da Saúde do Egito.

A votação, que termina amanhã, representa um duro golpe para a campanha da Irmandade Muçulmana pelo retorno de Mursi, deposto depois de apenas um ano e três dias no poder, e abre caminho para uma possível corrida presidencial liderada pelo principal general do país, Abdel-Fattah el-Sissi.

Uma enorme operação de segurança foi deflagrada para proteger as seções eleitorais e eleitores contra possíveis ataques de militantes ligados a Mursi durante a votação, que acontece hoje e amanhã. Cento e sessenta mil soldados e mais de 200 mil policiais foram enviados para todos os cantos do país de 90 milhões de habitantes.

Carros não podem estacionar o passar pelas seções eleitorais e mulheres foram revistadas por policiais femininas. Helicópteros militares sobrevoavam o Cairo e outras grandes cidades.

Nos dias anteriores ao pleito, o Egito parecia mais um país que estava indo para a guerra do que se preparando para uma suposta transição para um governo democrático.

O governo e a mídia, esmagadoramente favorável aos militares, descreveram a votação como algo extremamente importante para a segurança e a estabilidade do país, assunto sobre o qual não pode haver discordância.

Centenas de milhares de panfletos, pôsteres, faixas e outdoors pediam aos egípcios que votem pelo "sim". Pôsteres e campanhas defendendo o "não" levaram a prisões de algumas pessoas.


O referendo é a sexta votação nacional desde que Hosni Mubarak foi derrubado por um levante popular, durante a Primavera Árabe, em 2011. Os outros cinco pleitos foram provavelmente os mais livres já ocorridos no Egito.

Embora acredite-se que a atual votação não deva registrar fraudes, ela acontece num período no qual muitas das liberdades conquistadas pelo levante que derrubou Mubarak desapareceram.

Pouco antes da abertura das urnas, às 9h, um artefato explosivo foi detonado em frente a um tribunal no Cairo, no bairro densamente povoado de Imbala. A explosão danificou a frente do prédio e quebrou algumas janelas de prédios próximos, mas não houve feridos.

Longas filas de eleitores começaram a se formar cerca de duas antes da abertura das urnas em alguns bairros do Cairo. Mulheres e idosos eram boa parte dos eleitores.

Algumas manifestações de apoio a Mursi foram registradas em diferentes partes do país. Em Bani Suef, um manifestante de 25 anos morreu após ser atingido por disparos quando ele e cerca de outras 100 pessoas tentaram invadir uma seção eleitoral. Em Sohag, a polícia abriu fogo contra um grupo de cerca de 300 manifestantes. Segundo a versão de uma fonte policial, os agentes de segurança reagiram a disparos de participantes do protesto. Três pessoas morreram.

Também houve confrontos e mortes no Cairo e na província de Gizé. O saldo da violência no primeiro dia de votação foi de 11 mortos e 28 feridos, segundo informações do Ministério da Saúde.

A nova Carta Magna do país, escrita por comitês dominados por liberais indicados pelo governo, apoiado pelos militares, proíbe partidos políticos que tenham a religião como base, dá às mulheres direitos iguais e protege o status de minorias cristãs. Por outro lado, conferes aos militares um status especial ao permitir a eles que selecionem seus próprios candidatos para o Ministério da Defesa pelos próximos oito anos e permite a eles levarem civis para serem julgados em tribunais militares.

A Constituição é, na verdade, uma versão alterada da Carta escrita pelos aliados islamitas de Mursi e ratificada, em dezembro de 2012, por 64% dos votos, embora isso tenha sido conquistado com um comparecimento às urnas de pouco mais de 30% dos eleitores. Ainda não se sabe quando serão divulgados os resultados do referendo desta semana. Fonte: Associated Press.

Atualizado às 17h38.

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