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Egito quer penalizar empresas turísticas pelas mortes de peregrinos em Meca

Mais de mil pessoas morreram durante o hajj deste ano – peregrinação acontece todos os anos e é um dos cinco pilares do Islã

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de junho de 2024 às 16h19.

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Depois de vários países relatarem mais de mil mortes durante a peregrinação a Meca deste ano, o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly, ordenou a retirada da licença de 16 empresas de turismo. Segundo informações do The Guardian, Madbouly encaminhou os gestores das empresas para o Ministério Público por "facilitarem ilegalmente as viagens de peregrinos a Meca".

De acordo com diplomatas árabes à AFP, os 658 egípcios morreram na peregrinação, 630 deles não registrados.

“O primeiro-ministro ordenou a revogação das licenças destas empresas, o encaminhamento dos seus gestores para o Ministério Público e a imposição de uma multa para beneficiar as famílias dos peregrinos que morreram porque deles", disse um comunicado emitido pelo gabinete egípcio.

As mortes de peregrinos egípcios não registados teria acontecido porque algumas empresas organizaram os programas de hajj utilizando um visto de visita pessoal, que impede os seus titulares de entrar em Meca por meio dos canais oficiais, segundo o comunicado.

Na sexta-feira, um alto funcionário saudita defendeu a gestão da peregrinação pelo reino do Golfo. O governo da Arábia Saudita não confirma nenhuma morte ligada às altas temperaturas.

O que é o hajj?

A peregrinação a Meca, ou hajj, é um dos cinco pilares do Islã. Assim, todo muçulmano, tendo condições financeiras e de saúde, deve realizá-lo ao menos uma vez na vida. As licenças para participação do evento são distribuídas aos países a partir de um sistema de quotas.

O hajj, no entanto, não é barato, o que faz com que a rota irregular se torne algo comum entre os muçulmanos. Todos os anos fiéis tentam participar da peregrinação sem as licenças necessárias, que são concedidas de acordo com as quotas e que dão acesso a instalações climatizadas.

A Arábia Saudita anunciou no início do mês de junho que tinha expulsado mais de 300 mil peregrinos não registados, incluindo 153.998 estrangeiros que entraram no reino com vistos de turista.

Neste ano, cerca de 1,8 milhão de peregrinos participaram do hajj, total semelhante ao do ano passado, e que 1,6 milhão vieram do exterior.

O momento do hajj é determinado pelo calendário lunar islâmico, avançando a cada ano no calendário gregoriano. Nos últimos anos, os rituais principalmente ao ar livre ocorreram durante o rigoroso verão saudita.

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