O presidente interino do Egito, Adly Mansour: fonte afirmou que este calendário respeitava prazos para a celebração de eleições fixados pelo presidente interino (Egyptian Presidency/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2013 às 09h47.
Cairo - As eleições legislativas egípcias serão realizadas em fevereiro ou março, dois meses depois de um referendo sobre uma nova Constituição, anunciou nesta sexta-feira uma fonte do governo interino, designado após a deposição de Mohamed Mursi em julho.
Este funcionário de alto escalão do ministério das Relações Exteriores egípcio, que pediu o anonimato, afirmou que a próxima eleição presidencial começará a ser preparada nos dois meses consecutivos a estas eleições legislativas.
Esta fonte afirmou que este calendário respeitava os prazos para a celebração de eleições fixados pelo presidente interino egípcio, Adly Mansur, nomeado pelos militares que derrubaram Mursi, um líder islamita que se converteu no presidente eleito democraticamente no Egito.
Mansur havia se comprometido em setembro a respeitar os prazos fixados para a celebração de eleições, afirmando que as autoridades cumprirão o mapa do caminho anunciado pelo Exército após a deposição de Mursi.
Este mapa do caminho previa a revisão da Constituição adotada sob a presidência do líder islamita como passo prévio à celebração de eleições legislativas no início de 2014 e de presidenciais depois.
A revisão da lei fundamental é uma das principais tarefas previstas no mapa do caminho, que também inclui um referendo constitucional.
A queda de Mursi, menos de dois anos após a vitória da Irmandade Muçulmana nas eleições legislativas por ampla maioria, marcou o início de uma brutal repressão contra líderes e simpatizantes islamitas.
Após o golpe de julho passado, o novo poder reprimiu de forma sangrenta os manifestantes pró-Mursi, em particular desde 14 de agosto, quando policiais e soldados mataram centenas de seus partidários ao dispersar um protesto no Cairo. Desde então, mais de mil manifestantes morreram e mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana foram detidos, incluindo seus principais líderes.