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Egípcios tentam diminuir tensão antes de manifestações

O exército egípcio negou que a convocação do chefe do exército, Abdel Fatah al-Sissi, para uma manifestação contra o terrorismo e a violência vise aos islamitas

Manifestações no Egito: a polícia anunciou o envio de reforços para garantir a segurança das manifestações rivais na sexta-feira. (REUTERS/Khaled Abdullah)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2013 às 16h05.

Cairo - O exército egípcio e os partidários do presidente deposto Mohamed Mursi tentaram nesta quinta-feira diminuir as tensões no país na véspera de suas respectivas manifestações, motivo de grande preocupação no Egito e no exterior.

O exército egípcio negou que a convocação do chefe do exército, o general Abdel Fatah al-Sissi, para uma manifestação contra o terrorismo e a violência vise aos islamitas.

"O apelo do não é uma ameaça contra um grupo político em particular", disse o porta-voz do exército em um comunicado.

A Irmandade Muçulmana denunciou, por sua vez, a "convocação explícita para uma guerra civil", após o discurso do chefe do exército, enquanto o guia supremo, Mohamed Badie, ressaltou que as manifestações da Irmandade previstas para sexta-feira "contra o golpe de Estado sangrento" que derrubou Mursi serão "pacíficas".

"O último discurso do líder do golpe de Estado, mostra que ele é o líder de fato do país, declarou Badie, atualmente na clandestinidade, sobre o general Sissi, também ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro.

O ex-premiê de Mursi, Hisham Qandil, que não aparece em público desde a derrubada do presidente pelo exército em 3 de julho, apresentou, no entanto, medidas de compromisso para "parar o derramamento de sangue" e pavimentar o caminho para uma solução política para a crise.

Qandil propôs a libertar todos os presos desde a destituição de Mursi, e a retirada do isolamento do presidente deposto, que está detido pelo exército.


Quarta-feira, os Estados Unidos expressaram preocupação após o discurso do general Sissi, temendo a exacerbação da violência política, e anunciaram a suspensão da entrega de quatro caças F-16 para o Egito.

Um grupo de organizações não-governamentais (ONGs) também expressou preocupação quanto ao pedido do general por um "mandato" popular para combater o terrorismo, estimando em um comunicado conjunto que isso "viola os princípios fundamentais de um Estado baseado no direito".

O Conselho de Defesa Nacional, presidido pelo chefe de Estado interino, Adly Mansur, manteve uma linguagem forte, afirmando que "não permitirá qualquer pessoa aterrorizar cidadãos, portar armas contra o Estado e espalhar o terrorismo, por palavras ou ações".

Além disso, dois soldados egípcios foram mortos nesta quinta-feira por homens armados na península do Sinai, anunciaram fontes de segurança.

Mais de 200 pessoas morreram em meio à violência no Egito em um mês, de acordo com uma contagem da AFP, com base em informações de médicos e dos serviços de segurança.

A polícia anunciou o envio de reforços para garantir a segurança das manifestações rivais na sexta-feira.


"O general Sissi tem jogado um jogo perigoso, porque a Irmandade Muçulmana também mobiliza seus partidários. As manifestações de sexta-feira podem se tornar muito perigosas. Este fim de semana vai ser decisivo para o futuro", declarou Michael Luders, especialista alemão em mundo árabe.

Os meios de comunicação estatais e privados egípcios, em sua maioria a favor do afastamento de Mursi, deram destaque nesta quinta ao discurso do chefe do exército, o jornal independente Al-Masri al-Youm proclamou: "Sissi chama e as pessoas respondem".

Em contrapartida, no Catar, a Associação de Ulemás liderado pelo influente pregador Yusuf al-Qaradawi, que apoia o presidente deposto, emitiu uma fatwa convocando os egípcios a "não responderem a qualquer chamada que leve à guerra civil".

O movimento Tamarrod ("rebelião"), que deu início à mobilização contra o presidente islamita, manifestou apoio incondicional ao general Sissi, fazendo um apelo para que o povo "ocupe as praças na sexta-feira para exigir oficialmente o julgamento de Mohamed Mursi e apoiar as Forças Armadas egípcias em sua guerra contra o terrorismo".

A Irmandade Muçulmana exige o contrário, o retorno ao poder de Mursi, argumentando que ele é o primeiro presidente democraticamente eleito do país.

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Cairo - O exército egípcio e os partidários do presidente deposto Mohamed Mursi tentaram nesta quinta-feira diminuir as tensões no país na véspera de suas respectivas manifestações, motivo de grande preocupação no Egito e no exterior.

O exército egípcio negou que a convocação do chefe do exército, o general Abdel Fatah al-Sissi, para uma manifestação contra o terrorismo e a violência vise aos islamitas.

"O apelo do não é uma ameaça contra um grupo político em particular", disse o porta-voz do exército em um comunicado.

A Irmandade Muçulmana denunciou, por sua vez, a "convocação explícita para uma guerra civil", após o discurso do chefe do exército, enquanto o guia supremo, Mohamed Badie, ressaltou que as manifestações da Irmandade previstas para sexta-feira "contra o golpe de Estado sangrento" que derrubou Mursi serão "pacíficas".

"O último discurso do líder do golpe de Estado, mostra que ele é o líder de fato do país, declarou Badie, atualmente na clandestinidade, sobre o general Sissi, também ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro.

O ex-premiê de Mursi, Hisham Qandil, que não aparece em público desde a derrubada do presidente pelo exército em 3 de julho, apresentou, no entanto, medidas de compromisso para "parar o derramamento de sangue" e pavimentar o caminho para uma solução política para a crise.

Qandil propôs a libertar todos os presos desde a destituição de Mursi, e a retirada do isolamento do presidente deposto, que está detido pelo exército.


Quarta-feira, os Estados Unidos expressaram preocupação após o discurso do general Sissi, temendo a exacerbação da violência política, e anunciaram a suspensão da entrega de quatro caças F-16 para o Egito.

Um grupo de organizações não-governamentais (ONGs) também expressou preocupação quanto ao pedido do general por um "mandato" popular para combater o terrorismo, estimando em um comunicado conjunto que isso "viola os princípios fundamentais de um Estado baseado no direito".

O Conselho de Defesa Nacional, presidido pelo chefe de Estado interino, Adly Mansur, manteve uma linguagem forte, afirmando que "não permitirá qualquer pessoa aterrorizar cidadãos, portar armas contra o Estado e espalhar o terrorismo, por palavras ou ações".

Além disso, dois soldados egípcios foram mortos nesta quinta-feira por homens armados na península do Sinai, anunciaram fontes de segurança.

Mais de 200 pessoas morreram em meio à violência no Egito em um mês, de acordo com uma contagem da AFP, com base em informações de médicos e dos serviços de segurança.

A polícia anunciou o envio de reforços para garantir a segurança das manifestações rivais na sexta-feira.


"O general Sissi tem jogado um jogo perigoso, porque a Irmandade Muçulmana também mobiliza seus partidários. As manifestações de sexta-feira podem se tornar muito perigosas. Este fim de semana vai ser decisivo para o futuro", declarou Michael Luders, especialista alemão em mundo árabe.

Os meios de comunicação estatais e privados egípcios, em sua maioria a favor do afastamento de Mursi, deram destaque nesta quinta ao discurso do chefe do exército, o jornal independente Al-Masri al-Youm proclamou: "Sissi chama e as pessoas respondem".

Em contrapartida, no Catar, a Associação de Ulemás liderado pelo influente pregador Yusuf al-Qaradawi, que apoia o presidente deposto, emitiu uma fatwa convocando os egípcios a "não responderem a qualquer chamada que leve à guerra civil".

O movimento Tamarrod ("rebelião"), que deu início à mobilização contra o presidente islamita, manifestou apoio incondicional ao general Sissi, fazendo um apelo para que o povo "ocupe as praças na sexta-feira para exigir oficialmente o julgamento de Mohamed Mursi e apoiar as Forças Armadas egípcias em sua guerra contra o terrorismo".

A Irmandade Muçulmana exige o contrário, o retorno ao poder de Mursi, argumentando que ele é o primeiro presidente democraticamente eleito do país.

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