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Economia dos EUA supera cálculos preliminares

Inflação norte-americana registrada é maior do que a desejada pelo governo, e crescimento apresentado foi menor do que o esperado por analsitas

Nova York: o Fed baixou a perspectiva de crescimento para 2011 e 2012 (Wikimedia Commons)

Nova York: o Fed baixou a perspectiva de crescimento para 2011 e 2012 (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2011 às 16h31.

Washington - A economia dos Estados Unidos cresceu entre janeiro e março a um ritmo maior que o calculado inicialmente, mas menor que o esperado pelos analistas, e acompanhada por uma inflação mais alta que a desejada, informou nesta sexta-feira o Departamento de Comércio americano.

Em seu terceiro e definitivo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) para o primeiro trimestre deste ano, o Governo americano indicou um ritmo de crescimento anual de 1,9%, isto é, um décimo a mais que o indicador dos números preliminares.

A revisão não modifica, no entanto, a ideia de que a primeira economia mundial estaria se desacelerando.

No último trimestre de 2010, o PIB dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 3,1%, e os números divulgados nesta sexta-feira confirmam a percepção do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de que a maior economia do mundo, quase dois anos depois de terminada a pior recessão em oito décadas, continua crescendo, mas a um ritmo parcimonioso.

A maioria dos analistas tinha calculado um aumento de 2% para o primeiro trimestre de 2011.

Os mercados financeiros registravam baixas na manhã desta sexta-feira, à espera das leituras do PIB. Depois que o Governo divulgou sua correção de números, os rendimentos subiram um pouco, mas voltaram a cair.

Nesta semana, após sua reunião de dois dias, o Fed rebaixou sua expectativa de crescimento econômico do país para este ano e para o próximo e aumentou a projeção de desemprego, mas não anunciou novas medidas de estímulo, embora tenha garantido que manterá as taxas de juros em níveis baixos.

O banco central americano prevê agora que a economia americana cresça apenas entre 2,7% e 2,9% neste ano, frente às estimativas preliminares de entre 3,1% e 3,3% antecipadas em abril.


As expectativas do Fed para 2012 também são menos otimistas, ao reduzir o número de crescimento para a faixa entre 3,3% e 3,7%, abaixo da faixa situada entre 3,5% e 4,2% de três meses atrás.

O relatório desta sexta-feira mostrou que o índice de preços em despesas de consumo pessoal - uma das três medições de inflação nos EUA - ficou 3,9% acima do valor do primeiro trimestre de 2010, em vez dos 3,8% que aparecia no cálculo preliminar.

Nos últimos três meses de 2010, este índice tinha registrado um aumento anual de 1,7%.

O Fed presta muita atenção ao núcleo da inflação dentro deste índice, ou seja, a medida que exclui os preços de alimentos e combustíveis, que são os mais voláteis, e que indica se a pressão inflacionária se estendeu a outras áreas da atividade econômica.

Em seu ajuste de números, o Departamento de Comércio apresentou um núcleo da inflação no índice de preços de despesas de consumo de 1,6% durante o primeiro trimestre, isto é, dois décimos a mais que o cálculo preliminar.

Mesmo assim, esta inflação está dentro das margens que o Federal Reserve considera entre saudáveis e aceitáveis, justo abaixo dos 2% anualizados.

O relatório mostrou, além disso, que o lucro Ebitda das empresas (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 7,8% no primeiro trimestre de 2011.

A correção de números do primeiro trimestre reflete um déficit comercial menor que o calculado anteriormente, e um aumento maior dos estoques.

Uma diminuição de 4,2% nos gastos dos Governos estaduais e municipais, maior que a calculada anteriormente e recorde desde 1981, também contribuiu para frear o crescimento do PIB americano.

O relatório indica também que, entre janeiro e março, as despesas dos consumidores, que nos Estados Unidos representam quase 70% do PIB, cresceram a uma taxa anualizada de 2,2%.

O crescimento da despesa dos consumidores a um ritmo anual de 4% entre outubro e dezembro tinha sido o maior desde o fim de 2006.

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