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Ebola contamina 5 pessoas a cada 60 minutos

Em Serra Leoa, a situação é classificada como “desesperadora” pela ONG Save The Children. Atualmente existem apenas 327 leitos em todo o país

Centro de tratamento contra ebola da ONG Médicos sem Fronteiras em Serra Leoa: país conta atualmente com apenas 327 leitos (Carl de Souza/AFP)

Gabriela Ruic

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 12h14.

São Paulo - É classificada como “desesperadora” a situação em Serra Leoa pela organização não governamental ( ONG ) Save The Children. De acordo com números da entidade, a cada hora, ao menos 5 pessoas são infectadas pelo ebola neste país, um dos mais atingidos pela epidemia .

Mas os dados chocantes sobre a doença não param por aí. Serra Leoa, como tantos outros países africanos, conta com um frágil sistema de saúde e hoje é capaz de oferecer apenas 327 leitos em todo o país.

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E o futuro não dá sinais de que será positivo: a previsão é que, se a contaminação continuar neste ritmo, o número de casos por hora suba para 10 antes do final de outubro.

Desde que o primeiro caso foi registrado no início do ano, na Guiné, a epidemia rapidamente se espalhou para outros países africanos. É em Serra Leoa, contudo, onde o ebola está fazendo o maior número de vítimas.

Em um relatório publicado nesta semana, a Organização Mundial da Saúde ( OMS ) revelou que, em setembro, foram registrados 2.076 novos casos e 574 mortes. Entre profissionais da saúde, 111 pessoas foram contaminadas, enquanto que 78 morreram por conta da doença.

Ajuda internacional

A Grã-Bretanha é um dos países desenvolvidos que está atuando fortemente na luta contra o ebola. Nesta quinta-feira, acontece em Londres uma conferência que tem justamente o objetivo de debater formas de combater a epidemia.

Uma das presenças mais aguardadas era a do presidente de Serra Leoa, Ernest Koroma. Porém, por causa de problemas em sua aeronave, o líder não comparecerá ao evento que conta ainda com a participação de dezenas de líderes e organizações internacionais.

Durante a conferência, o Reino Unido se comprometeu a doar 190 milhões de dólares que devem ser usados para a compra de 700 novos leitos e também no financiamento da construção de novos centros comunitários de saúde.

Outro relatório, este produzido pelo parlamento britânico, revelou que um dos motivos que pode ter contribuído para a escalada na crise em Serra Leoa e também na Libéria foram os cortes recentes no orçamento de ajuda internacional.

Foi questionado, contudo, o quanto desta ajuda estaria mesmo sendo alocada nos lugares certos pelo governo destes países. Há pouco tempo, a União Europeia enviou 60 milhões de dólares para a Libéria. Entretanto, apenas 3,9 milhões chegaram até o Ministério da Saúde.

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