Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano (Heinz-Peter Bader/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2016 às 08h23.
Viena, - O acordo nuclear que garante que o Irã não desenvolverá armas atômicas a curto prazo é muito positivo, mas o problema do conflituoso programa atômico do país ainda não está resolvido, afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano.
"No futuro precisaremos investir a mesma energia e esforço que antes. É um erro crer que o problema está resolvido", declarou Amano à Agência Efe na sede da organização, em Viena.
O acordo, em vigor há uma semana, estipula que a AIEA verifique que o país não supere certos limites na produção de combustível nuclear e, em geral, mantenha sob vigilância todas as suas atividades atômicas.
"Chegou-se a um acordo e acredito que foi uma conquista muito boa e estamos entrando em uma nova fase. Mas uma nova fase também requer o mesmo esforço. Não quero dizer que a aplicação (do acordo) seja muito difícil, mas requer um trabalho trabalhoso e contínuo", resumiu o diplomata japonês.
Para Amano, monitorar que o Irã cumpra o acordo requereria o apoio de todos os países-membros da AIEA, já que serão necessários recursos financeiros e o recrutamento de mais especialistas e inspetores.
E, certamente, é imprescindível a colaboração iraniana, destacou o diretor-geral.
Amano disse que, quando visitou o Irã no começo desta semana, a cúpula do governo "mostrou um compromisso muito claro para uma plena implementação de acordo".
No caso de descumprimentos, a AIEA informará a seu Conselho de Governadores, órgão executivo desta agência da ONU.
"A AIEA é uma organização técnica, imparcial, objetiva e não política. O que temos que fazer é mostrar os fatos para facilitar as decisões dos Estados-membros. Nós não mudamos os fatos", lembrou.
Amano explicou que o trabalho de tarefa de supervisão inclui a emissão de relatórios trimestrais.
"Não é minha função determinar se houve violações do acordo ou não. É assunto deles (os países-membros) decidir se houve uma violação. Nós continuaremos a ser uma organização multilateral objetiva e imparcial de verificação", frisou. EFE