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Donald Trump vence eleição dos EUA e voltará a ser presidente após 4 anos

Bilionário venceu a democrata Kamala Harris após campanha marcada por ataque a tiros e promessa de deportação em massa

Donald Trump, que venceu as eleições presidenciais de 2024 (Jim Watson/AFP)

Donald Trump, que venceu as eleições presidenciais de 2024 (Jim Watson/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 07h38.

Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 16h10.

O republicano Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos e terá seu segundo mandato como líder do país.

Trump venceu, com folga,  a democrata Kamala Harris ao atingir 277 delegados no Colégio Eleitoral, nas projeções de diversos veículos de comunicação do país. Ele atingiu a marca após vencer no estado de Wisconsin. Ele conquistou até agora cinco dos sete estados decisivos: além de Wisconsin, levou Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte. Os outros dois estados decisivos ainda estão sendo apurados.

Sua campanha foi baseada em propostas para reforçar o combate à imigração irregular, aumentar tarifas sobre produtos importados e reduzir impostos, para baixar o custo de vida.

O bilionário de 78 anos voltará ao poder quatro anos após ter perdido a reeleição em 2020, para o atual presidente Joe Biden. Trump se recusou a reconhecer a derrota e estimulou protestos, que culminaram com a invasão do Congresso, em 6 de janeiro de 2021, por seus apoiadores.

Trump deixou a Presidência em 20 de janeiro de 2021, sem comparecer à cerimônia de posse do rival, rompendo uma tradição de décadas.

Apesar da derrota e das críticas que sofreu por não reconhecer a derrota, ele conseguiu manter o controle do Partido Republicano nos anos seguintes, mesmo tendo sido alvo de quatro grandes processos na Justiça. Ele foi condenado em um deles, por fraude fiscal, mas a sentença foi adiada e sairá depois da eleição.

Tiro na campanha

Trump conseguiu vencer as primárias sem dificuldade. Sua única rival de peso no partido foi a ex-embaixadora Nikki Haley, que desistiu no começo de março.

Em 13 de julho, o candidato levou um tiro de raspão na orelha enquanto fazia um comício na Pensilvânia. Ele teve apenas ferimentos leves. Houve outra tentativa de ataque contra ele em setembro, quando um homem com uma arma foi preso perto de um campo de golfe onde ele estava.

Na campanha, Trump buscou repetir a tática que marcou suas campanhas de 2016 e 2020: prometeu deportações em massa de imigrantes, mais tarifas para proteger a indústria americana e atrair empregos e cortar impostos de empresas, para estimular negócios.

O republicano recebeu o apoio do bilionário Elon Musk, que foi a comícios ao lado dele, doou milhões de dólares para a campanha e chegou a sortear dinheiro para apoiadores, em um caso que acabou sendo investigado pela Justiça.

Quem é Donald Trump?

Donald John Trump nasceu em 14 de junho de 1946, na cidade de Nova York. Ele era filho de um empresário do setor imobiliário, que construiu muitas casas e prédios na cidade. Ele estudou economia em Wharton e depois passou a trabalhar com os negócios do pai, ainda nos anos 1970.

Trump foi expandindo os negócios da família para outros setores, como hotéis de luxo e cassinos, e passou a colocar seu nome em negócios variados, o que o trouxe fama a partir dos anos 1980. Após problemas financeiros na década seguinte, o empresário voltou aos holofotes em meados dos anos 2000, quando fez sucesso com o reality show O Aprendiz.

Nos anos seguintes, Trump começou a fazer críticas ao então presidente Barack Obama. Com o tema, ganhou espaço em programas de TV e, com isso, acabou entrando na política. Ele foi eleito presidente dos EUA em 2016, com uma campanha baseada no combate à imigração e com o lema de "tornar a América grande de novo".

Em seu governo, Trump adotou medidas duras contra imigrantes, que depois foram derrubadas na Justiça. Na pandemia, ele adotou postura negacionista, de combate às medidas de proteção, como o isolamento social. Ele perdeu a reeleição em 2020, para Joe Biden, mas não reconheceu o resultado e convocou seus apoiadores a lutar. Parte deles invadiu o Congresso, em 6 de janeiro de 2021, para tentar impedir a certificação do resultado.

Depois do segundo mandato, Trump não poderá se reeleger. A lei americana determina que uma mesma pessoa possa ter apenas dois mandatos como presidente.

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