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Engenheiros da BP teriam alertado para riscos em plataforma

Empresa estaria preocupada com a segurança da plataforma muito antes do que assinalou ao Congresso na audiência da semana passada

Barco trabalha na limpeza enquanto o petróleo espalha nas águas do Golfo do México (.)

Barco trabalha na limpeza enquanto o petróleo espalha nas águas do Golfo do México (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Washington - A petroleira britânica BP tinha sérias preocupações quanto a plataforma que explodiu e afundou causando um vazamento de petróleo no Golfo do México, mesmo assim não respeitou sua própria política de segurança, afirmou neste domingo o jornal The New York Times, citando documentos internos da companhia.

Os documentos também mostram que a BP estava preocupada com a segurança de sua plataforma muito antes do que assinalou ao Congresso na audiência da semana passada.

Em 22 de junho de 2009, os engenheiros expressaram sua preocupação de que o revestimento de metal que a BP queria usar no poço pudesse sofrer um colapso sob altas pressões, afirma o New York Times.

"Seria o pior dos cenários possíveis", afirmou Mark Hafle, engenheiro de perfurações da BP, em um relatório interno citado pelo jornal "Já vi esse tipo de coisa acontecer, ou seja, pode acontecer", alertou.

No entanto, a companhia seguiu adiante depois de obter uma permissão especial, que violava suas próprias políticas de segurança e padrões de design, acrescenta o documento.

Os informes internos não explica, no entanto, por que a companhia permitiu essa exceção.

Na véspera, a BP admitiu que a arriscada operação para conter um vazamento de petróleo fracassou, acrescentando que se buscará uma nova estratégia.

"Depois de três dias inteiros tentando selar o vazamento, fomos incapazes de conter o fluxo" de petróleo, disse o chefe de operações da BP, Doug Suttles, em uma entrevista coletiva à imprensa.

"Tomamos a decisão de passar para uma nova opção" nos esforços para obter êxito nesta operação, acrescentou.

Questionado sobre o que falhou na última operação, batizada 'Top kill', Suttles disse que não sabe. "Não temos claro", explicou. "Não fomos capazes de conter permanentemente o fluxo", acrescentou.

A guarda costeira americana disse estar decepcionada com o anúncio.

"Obviamente estamos muito decepcionados com o anúncio de hoje, e sei que todos vocês estão muito ansiosos para ver este poço tapado", disse a oficial da Guarda Costeira, Mary Landry, na entrevista coletiva.

Agora os esforços ficarão concentrados em cortar canos danificados que estão no fundo do oceano, para que depois seja instalado um receptáculo ou contêiner para acumular o petróleo despejado, para depois bombeá-lo para a superfície.

A BP e a Guarda Costeira estimaram que levará entre quatro e sete dias para que o artefato --batizado "Lower Marine Riser Package" (LMRP)-- possa ser instalado.

A operação frustrada, altamente delicada e sem precedentes nesta profundidade (1.500 metros), consistia em jogar no vazamento uma mistura de água e de materiais sólidos.

A BP, que explorava uma plataforma que afundou no dia 22 de abril e causou a catástrofe, também injetou destroços para facilitar o trabalho de contenção.

O petróleo se espalhou pelo golfo a um ritmo de 2 a 3 milhões de litros por dia depois do naufrágio da plataforma Deepwater Horizon, segundo especialistas a serviço do governo americano.

Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu "continuar fazendo tudo o que for necessário para que os americanos e seus meios de vida fiquem a salvo do vazamento".

Obama disse ainda que ordenou à secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, e ao coordenador das operações no Golfo, almirante Thad Alle, que "tripliquem os efetivos onde a mancha de óleo alcançou o litoral" ou onde pudesse chegar até este sábado.

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