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Doações esquentam campanha republicana nos EUA

Rivais de Mitt Romney contam com um novo mecanismo de arrecadação para equilibrar a disputa no partido pela candidatura a presidência

Romney não está a salvo de seus adversários mais conservadores (Getty Images)

Romney não está a salvo de seus adversários mais conservadores (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 15h12.

Washington - Os adversários de Mitt Romney pela candidatura republicana para enfrentar Barack Obama pela Presidência dos Estados Unidos recebem fortes somas de dinheiro graças a um novo mecanismo de financiamento chamado de "superPAC", que pode complicar o avanço do favorito conservador em direção à Casa Branca.

Apesar de suas vitórias sucessivas nos estados de Iowa e New Hampshire, Romney não está a salvo de seus adversários mais conservadores.

Tradicionalmente, se um candidato vence nos dois primeiros estados da rodada das primárias garante um caminho fácil nos seguintes.

Mas uma decisão da Suprema Corte de janeiro de 2010 pode mudar este tipo de tradição.

Os grupos de interesse chamados de superPACS (supercomitês de ação política), podem recolher fundos de empresas, sindicatos, associações e particulares, de forma ilimitada, para redistribuí-los depois ao candidato de sua preferência.

"Com os 'superPACS', Romney vai enfrentar um grande desafio na Carolina do Sul e na Flórida", disse à AFP Anthony Corrado, um especialista em financiamento de campanhas eleitorais do Colby College, no estado do Maine. O fato "disto (a arrecadação e a redistribuição de dinheiro, segundo este mecanismo de 'superPACS') continuar para além destes dois estados dependerá do fato de surgir ou não um candidato conservador contra Romney", acrescentou Corrado.

Carolina do Sul e Flórida realizarão suas eleições primárias nos dias 21 e 31 de janeiro, respectivamente.

"Conquistando nosso futuro", o supercomitê que apoia o candidato Newt Gingrich, começará a inundar as telas de televisão da Carolina do Sul com anúncios contra Romney no valor de 3,4 milhões de dólares. Este grupo acaba de receber uma doação de cinco milhões de dólares do proprietário de cassinos Sheldon Adelson.

Este "PAC mantém Gingrich na corrida", explica Corrado, antes de informar que, sem esta injeção de fundos, "Gingrich estaria em uma situação muito difícil (...) sua campanha teria ficado sem dinheiro e teria que considerar a retirada".


Os candidatos ultraconservadores, como o cristão tradicionalista Rick Santorum e o governador do Texas Rick Perry, também possuem seu "super PAC". Como acontece com Gingrich, eles também se mantêm na corrida pela nomeação republicana, graças, em parte, a esse apoio financeiro.

Segundo Corrado, a outra mudança ligada aos "superPACS" consiste em uma "divisão de tarefas". "Os candidatos divulgam mensagens positivas (...) e deixam o trabalho sujo de atacar os oponentes" a estes comitês.

Embora Romney veja que alguns de seus oponentes que conseguiram menos votos podem continuar na corrida graças a estas doações, ele também se beneficia dos "supercomitês".

"Reconstruindo nosso futuro", o "superPAC" favorável a Romney, bombardeou Iowa com anúncios críticos a Gingrich antes da votação de 3 de janeiro, que afetaram a campanha do favorito ex-governador de Massachussetts.

Na segunda-feira, o grupo lançou uma campanha televisiva na Carolina do Sul no valor de 2,3 milhões de dólares. Inclusive se antecipou às primárias da Flórida comprando para esta semana 3,4 milhões de dólares de tempo no ar.

"As publicidades que divulgamos neste momento apontam para Gingrich", indicou à AFP Brittany Gross, porta-voz do grupo.

Segundo Norm Ornstein, cientista político do clube de reflexão American Enterprise Institute, o surgimento dos "superPACS" tem uma vantagem para Romney: "vários candidatos republicanos poderão permanecer na corrida e dividir o voto ultraconservador" em benefício do mais moderado.

"É uma faca de dois gumes", que abre as portas para uma campanha "mais longa", concluiu.

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