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Do mínimo ao Código Florestal: o que mudou na base aliada

PMDB passa da fidelidade à rebeldia e impõe amarga derrota ao governo Dilma

No mínimo, o PMDB fechou 100% com o governo. Quando o assunto era o Código, apenas 1 dos 73 peemedebistas ficou com o Planalto (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

No mínimo, o PMDB fechou 100% com o governo. Quando o assunto era o Código, apenas 1 dos 73 peemedebistas ficou com o Planalto (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 22h44.

São Paulo - Entre a votação do salário mínimo, em fevereiro, e a do Código Florestal, que terminou na madrugada desta quarta-feira, muita coisa mudou na relação governo-Congresso. É o que dizem os números. Uma comparação direta do comportamento das legendas nas duas ocasiões aponta que a base aliada perdeu o medo de trair.

Na votação do mínimo, o PMDB fechou 100% com o governo. Quando o assunto era o Código, no entanto, apenas 1 dos 73 peemedebistas ficou com o Planalto. O PC do B, aliado histórico, permaneceu ao lado do relator do texto, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e desagradou o Executivo na votação desta quarta. PP, PR e PRB também tiveram um alto percentual de desobediência, apesar das ameaças do líder governista, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Estes votos, somados aos da oposição, impuseram a primeira grande derrota do governo Dilma Rousseff no Parlamento.

Três meses antes, o cenário era bem diferente. O DEM até tentou costurar um acordo para a aprovação do mínimo de 560 reais, e não de 545, como exigia o governo. Atraiu, no entanto, apenas dissidentes isolados, sem força para impedir uma vitória tranquila da proposta governista.

Limites - Na votação do mínimo, a liderança dos aliados pressionou pela unidade – e obteve um bom resultado. A partilha de cargos na Esplanada pesou no comportamento dos partidos governistas. Na época, o Planalto suspendeu o loteamento para colocar o PMDB contra a parede. Deu certo: todos os 77 votos peemedebistas foram favoráveis à proposta de 545 reais, defendida pelo governo. Era o primeiro mês de funcionamento do Congresso em 2011. Os parlamentares não sabiam ainda até onde poderiam levar a queda de braço com o governo.

De lá para cá, o Congresso resolveu testar os limites do Planalto. A derrota em plenário foi precedida de outras, durante o processo de formulação do texto. O Planalto obteve algumas garantias do Relator Aldo Rebelo (PC do B-SP). Mas não conseguiu convencer os líderes a retirar dos estados a prerrogativa de legislar sobre a regularização de áreas ambientais. Nem alterar o mecanismo que suspende multas para desmatadores.

É preciso relativizar o resultado: o Código Florestal é um tema delicado, com muitos interesses em jogo, o que dificulta o controle sobre a base. Por outro lado, é justamente nos itens mais controversos que o governo precisa recorrer à sustentação no Legislativo. O Planalto recebeu um recado importante: o de que a lealdade do bloco aliado não é incondicional.

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