Havana - A blogueira e dissidente cubana Yoani Sánchez lançou nesta quarta-feira o primeiro jornal digital independente da ilha comunista, em um desafio ao monopólio estatal sobre os meios de comunicação em um país onde o acesso à Internet é limitado.
O jornal "14ymedio.com" foi lançado online com doações não identificadas de cerca de 150 mil dólares, com o foco em dar espaço para críticas ao governo, que por sua vez vê adversários como mercenários a serviço de potências estrangeiras que podem ser punidos com prisão.
"'14ymedio' é a evolução de uma aventura pessoal em um projeto coletivo", diz a publicação.
A primeira edição do jornal, que pode ser acessado em http://www.14ymedio.com, conta com uma ampla gama de temas, de política a cultura, com ênfase na crítica ao sistema de saúde cubano e um questionamento do status do beisebol como esporte nacional.
A cobertura inclui o artigo "Madrugada Vermelha: Havana está matando por aí", de Victor Ariel González , sobre a violência na capital da ilha.
Também inclui artigos de opinião sobre o plano de reforma econômica que o presidente cubano, Raúl Castro, está implementando, assinado pela também blogueira dissidente Miriam Celaya, entre outros.
A publicação também traz entrevistas, reportagens e discussões sobre a participação dos cidadãos e o jornal do futuro.
A maioria dos cubanos não pode ler o jornal, uma vez que apenas 2,6 milhões de pessoas de uma população de 11,2 milhões têm acesso à Internet e muitos só podem ver a Intranet controlada pelo governo.
Yoani, de 38 anos, é uma crítica severa do governo, contra o qual promoveu ataques em seu popular blogue "Geração Y" e em sua conta da rede social Twitter. Seus posicionamentos a levaram à prisão em várias ocasiões.
O nome do jornal é em homenagem ao ano em que foi criado e ao andar do apartamento onde Yoani vive. A equipe editorial é dirigida por seu marido, Reinaldo Escobar.
A equipe inclui outros profissionais. Além de dois jornalistas, há um dentista, um engenheiro civil e outros. De acordo com Yoani, eles não serão pagos pelo trabalho.
A publicação não tem uma redação em Havana ou conexão de e-mail. Os jornalistas vão usar mensagens de texto de telefones celulares. As histórias serão enviados para a Internet através de acesso sem fio a partir de hotéis e locais públicos.
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1. Profissão de risco
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1/6 (John Cantlie/Getty Images)
São Paulo - A
Síria foi, em 2013, o lugar mais letal para jornalistas do mundo. Por lá, 28 profissionais foram mortos
diretamente por causa de seus trabalhos. No mundo, foram 70 mortes. É o que mostra o levantamento mais recente do
Committee to Protect Journalists, que mapeia os casos de violência contra jornalistas em serviço ao redor do mundo. No top 10, aparecem países em conflitos intensos, como Sìria e Iraque, mas também países vistos como democráticos e pacíficos. É o caso do Brasil, que aparece na preocupante sétima colocação. Alguns números alarmantes:
- 94% dos casos de assassinato ficaram impunes
- 16% dos assassinatos partiu, acredita-se, de forças do governo
- 44% dos profissionais eram de meios online, 37% eram de TV e 20% de meios impressos
- 44% foram assassinados, enquanto 36% estavam no meio de um combate ou fogo cruzado e 20% estavam em uma situação de risco
Veja a seguir os 10 países mais perigosos:
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2. 2. Iraque
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2/6 (Spencer Platt/Getty Images)
Número de mortos: 10 Um dos casos recentes no
Iraque envolveu o cinegrafista Mohammed Ghanem e o correspondente Mohammed Karim al-Badrani, do canal de TV independente Al-Sharqiya. Eles filmavam os preparativos do feriado de Eid al-Adha quando foram alvejados. Não se sabe se o fogo partiu do governo ou de milícias.
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3. 3. Egito
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3/6 (KHALED DESOUKI/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 6 As mortes foram provocadas pelas intensos protestos que tomaram conta do
Egito desde 2012. Três das seis mortes foram em um único dia, 14 de agosto, quando esses jornalistas cobriam ataques das forças de segurança do governo contra manifestantes partidários da Irmandade Muçulmana.
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4. 7. Brasil
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4/6 (CHRISTOPHE SIMON/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 3 Apesar de ser uma democracia e não viver nenhuma guerra declarada, o Brasil aparece entre os mais mortais. Entre as vítimas, estão Mario Randolfo Marques Lopes, editor do site de notícias Vassouras na Net. Ele e sua esposa foram sequestrados e mortos na cidade de Barra do Piraí, no Rio. Lopes denunciava casos de corrupção.
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5. 8. Filipinas
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5/6 (TED ALJIBE/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 3 Além das três mortes diretamente relacionadas ao trabalho dos jornalistas, há outras seis mortes que estão sendo invetigadas nas
Filipinas e podem ter relação com a profissão. Um dos últimos casos vitimou Romeo Olea, um comentarista de rádio morto a tiros. Sua esposa disse que ele recebia constantes ameaças de morte.
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6. 10. Mali
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6/6 (KENZO TRIBOUILLARD/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 2 As mortes de jornalistas no
Mali só começaram a ser documentadas a partir de 2012. Em 2013, Ghislaine Dupont e Claude Verlon, da Rádio France Internacionale, foram sequestrados e mortos com vários tiros.