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Disputa entre cartéis multiplica matanças no México

Um total de 49 pessoas esquartejadas foram abandonadas no domingo de madrugada em uma estrada perto de Monterrei

Os oficiais mortos são um sargento e um policial (Serigio Hernandez/AFP)

Os oficiais mortos são um sargento e um policial (Serigio Hernandez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 23h42.

Ciudad do Mexico - O confronto aberto entre os cartéis de Los Zetas e do Pacífico, que promoveu matanças em massa nos últimos dias no México, com decapitações e mutilações, disparou, segundo especialistas, com a disputa por Nuevo Laredo (nordeste), uma praça considerada a cereja do bolo pelos criminosos.

Um total de 49 pessoas esquartejadas foram abandonadas no domingo de madrugada em uma estrada perto de Monterrei, capital de Nuevo León (norte), apenas quatro dias depois de outros 18 cadáveres terem sido encontrados em iguais condições em uma estrada próxima a Guadalajara, capital de Jalisco (oeste).

Em 4 de maio, os corpos de nove pessoas foram pendurados em uma ponte e mais de 14 decapitadas em Nuevo Laredo, o porto estratégico para algumas das principais rotas da imigração clandestina e do narcotráfico.

A violência destes últimos dias deriva das disputas entre a organização do Pacífico, liderada pelo poderoso Joaquín "Chapo" Guzmán, e Los Zetas, disse nesta segunda-feira Alejandro Poiré, secretário de Governo (interior), que considerou que se trata de "episódios desumanos e inadmissíveis de violência irracional".

Nuevo Laredo está em uma região fronteiriça, por donde se desloca mais de 30% do comércio internacional do México, de quase 600 bilhões de dólares anuais.


Nessa praça, que até agora havia sido reduto dos Zetas, "houve incursões recentes do líder Guzmán", disse à AFP Guadalupe Correa, pesquisadora da Universidade do Texas em Brownsville.

Los Zetas, uma organização sangrenta surgida no fim do século passado e formada por ex-militares de elite desertores, nasceu com o objetivo de proteger a praça de Nuevo Laredo das incursões do "Chapo" Guzmán, explicou a especialista.

A consultoria americana Stratfor havia advertido em abril passado que a violência na lucrativa praça aumentaria com a intensificação da pressão do cartel do Pacífico sobre os Zetas.

Os 14 cadáveres decapitados e desmembrados que apareceram em 4 de maio em Nuevo Laredo estavam acompanhados por uma mensagem assinada por "El Chapo" e exigindo a praça para sua organização criminosa, afirmou a consultoria.

Los Zetas se "defenderão com tudo" da tentativa da organização do Pacífico de entrar em Nuevo Laredo, completa Correa, que prevê um entorno "muito complicado".

A Stratfor previu em dezembro de 2010 que a organização liderada por "Chapo" GUzmán poderia fazer uma purga entre seus adversários e cooptar inimigos para reduzir a violência no país, controlar com mais liberdade o negócio da droga e se tornar a entidade dominante do crime organizado em todo o México.

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