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Dirigentes gregos apresentam suas ideias, mercados aprovam

Os mercados financeiros parecem aprovar as soluções propostas pelo novo governo grego, imerso em uma maratona anti-austeridade na Europa

O premiê grego, Alexis Tsipras: a bolsa de Atenas fechou com alta de 11,27% (Louisa Gouliamaki/AFP)

O premiê grego, Alexis Tsipras: a bolsa de Atenas fechou com alta de 11,27% (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 21h49.

Roma - Os mercados financeiros parecem aprovar as soluções propostas pelo novo governo grego, imerso esta semana em uma maratona anti-austeridade na Europa, para aliviar o quanto antes a enorme carga da dívida do país.

A bolsa de Atenas, que se ressentiu pela histórica vitória do Syriza na Grécia há mais de uma semana, fechou com alta de 11,27%.

As outras bolsas Europa também tiveram resultados positivos, embora mais moderadas, reflexo do otimismo que reina após as últimas propostas apresentadas pelo governo de Alexis Tsipras para obter um alívio significativo da dívida do país, que representa 175% do Produto Interno Bruto (PIB).

"A negociação sobre a dívida grega e a aparente vontade de diálogo entre a Grécia e seus parceiros constitui a base da alta do mercado", resume Xavier de Villepion, da HPC.

O ministro da Economia grego, Yanis Varoufakis, que se reuniu na terça-feira em Roma com seu colega Pier Carlo Padoan, anunciou no Financial Times um possível "programa de permuta da dívida" que inclui a indexação da dívida ao crescimento.

Segundo o ministro grego não se trata de reduzir a enorme dívida de mais de 300 bilhões de euros, mas de renegociá-la mediante troca de títulos, e o compromisso de manter um excedente primário, tranquilizando os mercados.

"Há várias formas técnicas de anular a dívida grega", disse Gabriel Sakellaridis, porta-voz do governo. "O governo mantém sua posição de que a dívida grega não é viável e por isso, é preciso anulá-la. Quando falamos em anulação, pode ser de várias formas técnicas", explicou.

"Uma destas soluções técnicas é a que Varoufakis apresentou ontem (segunda-feira) aos investidores britânicos", acrescentou.

O ministro grego da Economia poderá apresentar essa solução durante sua visita na quarta-feira à sede do Banco Central Europeu, onde se reunirá com o presidente Mario Draghi, em Frankfurt.

No entanto, o encontro mais aguardado é o de quinta-feira com o ministro da Economia alemão, Wolfgang Schäuble, em Berlim.

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro italiano afirmou em Roma que é possível que o novo governo de esquerda na Grécia, liderado por Alexis Tsipras, chegue a um acordo com as instituições europeias.

"Acho que existem condições para que se encontre um punto de acordo com as instituições europeias", afirmou Renzi durante em coletiva de imprensa conjunta celebrada em Roma com Tsipras.

Merkel inflexível

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, mantém-se firme, embora não descarte a negociação.

"Está claro que o governo grego está definindo sua posição, o que é mais do que compreensível considerando os poucos dias que estão no poder. Esperamos as propostas e depois falaremos. Haverá suficientes ocasiões para isso", disse nesta terça-feira.

Berlim, que descarta um perdão da dívida puro e simples, aceita negociar um reescalonamento, segundo uma fonte próxima ao governo alemão.

Os mandatários europeus, incluídos os italianos, se mantêm prudentes em suas discussões com Atenas.

"No que se refere à Grécia, acho que é preciso mostrar muita seriedade, prudência e responsabilidade", explicou o primeiro-ministro Renzi.

Na quarta-feira, Tsipras se reunirá com o presidente francês, François Hollande, em Paris, após um encontro em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker. Este último se mostrou nesta terça-feira disposto ao diálogo, mas rejeitou "mudar tudo" na Europa.

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