Diplomata norte-coreano que desertou "desejava ser livre"
Thae Yong Ho disse às autoridades sul-coreanas que desertou porque se desiludiu com o regime de Kim Jong Un e desejava ser livre
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 19h22.
Um diplomata norte-coreano atuante no Reino Unido se tornou uma das autoridades mais importantes do regime em anos a desertar para a Coreia do Sul , disse o Ministério da Unificação do país, na quarta-feira.
Thae Yong Ho, segundo diplomata mais importante da embaixada norte-coreana em Londres, chegou à Coreia do Sul com a família, disse o porta-voz do ministério, Jeong Joon Hee, a jornalistas em Seul. Thae disse às autoridades sul-coreanas que desertou porque se desiludiu com o regime de Kim Jong Un e desejava ser livre, disse Jeong.
“Estamos cientes do assunto, mas não temos mais comentários a fazer”, informou o Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido em comunicado. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul não comentou o assunto em entrevista coletiva concedida na quinta-feira.
A pergunta agora é como Pyongyang reagirá. Adam Cathcart, professor da Universidade de Leeds, na Inglaterra, que estuda as relações entre a Coreia do Norte e a China e se encontrou com Thae algumas vezes em Londres, disse que provavelmente demorará meses para que qualquer informação sobre ele chegue ao público na Coreia do Norte.
A vigilância e o monitoramento político dos norte-coreanos que trabalham legalmente no exterior “certamente serão reforçados”, disse Cathcart.
“O governo norte-coreano poderia reagir da mesma forma que reagiu às outras deserções nos últimos anos, usando uma campanha que provavelmente difamará Thae, classificando-o como um indivíduo imoral que era movido pelo lucro há anos e exibindo membros de sua extensa família ainda presente na Coreia do Norte em depoimentos em vídeo”, disse Cathcart, acrescentando que Pyongyang também pode não dizer nada a respeito.
A Coreia do Norte enviou equipes de censura a países como a China após uma série de deserções, publicou a Yonhap News na quinta-feira, citando pessoas não identificadas familiarizadas com assuntos norte-coreanos.
Em maio, o regime de Pyongyang executou publicamente seis funcionários públicos que eram encarregados de supervisionar norte-coreanos atuantes no exterior após a deserção de 13 trabalhadores de um restaurante na China.
Tensões
A deserção ocorre em meio a tensões no Leste Asiático devido à decisão da Coreia do Sul de empregar um sistema americano de defesa antimísseis como proteção contra os ataques regulares da Coreia do Norte.
O regime de Kim retomou a produção de plutônio e não planeja interromper testes nucleares enquanto as ameaças percebidas dos EUA continuarem, de acordo com reportagem da Kyodo News publicada na quarta-feira, citando informações do Instituto de Energia Atômica da Coreia do Norte. O país realizou seu quarto teste no início deste ano.
As duas Coreias estão separadas por uma das fronteiras mais fortificadas do mundo. Milhões de coreanos foram separados de suas famílias durante a Guerra da Coreia, de 1950 a 1953.
Cerca de 22.000 foram reunidos temporariamente por meio de visitas desde 1985 e 66.000 sul-coreanos ainda estão à espera, segundo o Ministério da Unificação. Os dois governos proíbem seus cidadãos de se comunicarem ou de se reunirem sem autorização específica.
Um diplomata norte-coreano atuante no Reino Unido se tornou uma das autoridades mais importantes do regime em anos a desertar para a Coreia do Sul , disse o Ministério da Unificação do país, na quarta-feira.
Thae Yong Ho, segundo diplomata mais importante da embaixada norte-coreana em Londres, chegou à Coreia do Sul com a família, disse o porta-voz do ministério, Jeong Joon Hee, a jornalistas em Seul. Thae disse às autoridades sul-coreanas que desertou porque se desiludiu com o regime de Kim Jong Un e desejava ser livre, disse Jeong.
“Estamos cientes do assunto, mas não temos mais comentários a fazer”, informou o Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido em comunicado. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul não comentou o assunto em entrevista coletiva concedida na quinta-feira.
A pergunta agora é como Pyongyang reagirá. Adam Cathcart, professor da Universidade de Leeds, na Inglaterra, que estuda as relações entre a Coreia do Norte e a China e se encontrou com Thae algumas vezes em Londres, disse que provavelmente demorará meses para que qualquer informação sobre ele chegue ao público na Coreia do Norte.
A vigilância e o monitoramento político dos norte-coreanos que trabalham legalmente no exterior “certamente serão reforçados”, disse Cathcart.
“O governo norte-coreano poderia reagir da mesma forma que reagiu às outras deserções nos últimos anos, usando uma campanha que provavelmente difamará Thae, classificando-o como um indivíduo imoral que era movido pelo lucro há anos e exibindo membros de sua extensa família ainda presente na Coreia do Norte em depoimentos em vídeo”, disse Cathcart, acrescentando que Pyongyang também pode não dizer nada a respeito.
A Coreia do Norte enviou equipes de censura a países como a China após uma série de deserções, publicou a Yonhap News na quinta-feira, citando pessoas não identificadas familiarizadas com assuntos norte-coreanos.
Em maio, o regime de Pyongyang executou publicamente seis funcionários públicos que eram encarregados de supervisionar norte-coreanos atuantes no exterior após a deserção de 13 trabalhadores de um restaurante na China.
Tensões
A deserção ocorre em meio a tensões no Leste Asiático devido à decisão da Coreia do Sul de empregar um sistema americano de defesa antimísseis como proteção contra os ataques regulares da Coreia do Norte.
O regime de Kim retomou a produção de plutônio e não planeja interromper testes nucleares enquanto as ameaças percebidas dos EUA continuarem, de acordo com reportagem da Kyodo News publicada na quarta-feira, citando informações do Instituto de Energia Atômica da Coreia do Norte. O país realizou seu quarto teste no início deste ano.
As duas Coreias estão separadas por uma das fronteiras mais fortificadas do mundo. Milhões de coreanos foram separados de suas famílias durante a Guerra da Coreia, de 1950 a 1953.
Cerca de 22.000 foram reunidos temporariamente por meio de visitas desde 1985 e 66.000 sul-coreanos ainda estão à espera, segundo o Ministério da Unificação. Os dois governos proíbem seus cidadãos de se comunicarem ou de se reunirem sem autorização específica.