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Dilma define Tombini para presidir BC, diz fonte

Dilma acertou também Miriam Belchior, hoje coordenadora do PAC, como ministra do Planejamento

Alexandre Tombini (Bazuki Muhammad/REUTERS)

Alexandre Tombini (Bazuki Muhammad/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 10h45.

São Paulo - A presidente eleita Dilma Rousseff completou na terça-feira o trio que comandará a economia em seu governo, mas um anúncio formal poderá ocorrer somente daqui a dois dias.

Segundo notícias publicadas nos sites dos grandes jornais brasileiros, Dilma convidou o diretor de Normas do Banco Central, Alexandre Tombini, para presidir a instituição no lugar de Henrique Meirelles.

Dilma acertou também Miriam Belchior, hoje coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como ministra do Planejamento, no lugar de Paulo Bernardo.

Uma fonte próxima ao futuro governo confirmou à Reuters Tombini como próximo presidente do Banco Central. "É muito possível que o anúncio será feito amanhã (quarta-feira)", disse a fonte sob condição de anonimato.

O Banco Central não quis comentar o assunto, mas uma fonte na instituição disse que Meirelles aprovou a escolha.

Na semana passada, a presidente eleita já havia convidado Guido Mantega para continuar como ministro da Fazenda. Os três --Mantega, Tombini e Belchior-- formarão o Conselho Monetário Nacional (CMN).

Desde então, cresceu a ansiedade entre investidores, já que Mantega é classificado como economista "desenvolvimentista" e seria menos rigoroso com os gastos públicos. Parte do mercado gostaria que o presidente do BC funcionasse como contrapeso ao ministro da Fazenda.

Tombini é bem-visto pelo mercado, mas depois de oito anos com Meirelles à frente do BC, levará algum tempo até que o novo presidente ganhe a confiança dos investidores e consolide sua credibilidade.

E isso com um pano de fundo que inclui pressões inflacionárias de curto prazo, o objetivo do governo Dilma de criar as condições para reduzir os juros reais no longo prazo e preocupações do mercado sobre a autonomia do BC. 

Nos últimos dias aumentaram os comentários de que no futuro governo o Banco Central não teria a mesma liberdade que teve durante dos oito anos do governo Lula.

O assunto ganhou dimensão depois de notícias na semana passada segundo as quais o presidente do BC colocara a autonomia como condição para sua permanência à frente do BC. O próprio Meirelles depois fez questão de afirmar que Dilma é favorável ao atual status do banco.

Nesta tarde, o líder do governo na Câmara do Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-S), reafirmou este ponto.

"Eu acho natural que o marcado fique agitado. Isso acontece em todos os períodos pré-assunção do presidente do Banco Central, do ministro da Fazenda", disse a jornalistas. "O governo (Dilma) não vai fazer política com o Banco Central, o Banco Central vai ter autonomia para manter e controlar a inflação."

Dilma ainda teria um encontro com Meirelles antes de formalizar os nomes. Na noite de segunda-feira, o presidente do BC fez discurso num evento em São Paulo em claro tom de despedida, ainda que ele mesmo tenha negado isso depois.

"Espero terminar de fato este mandato, que é o mandato do presidente Lula, concluindo esse tipo de trabalho, de responsabilidade do Banco Central no Brasil, que é zelar pela estabilidade macroeconômica", disse.

Segundo a assessora de imprensa da presidente eleita, Helena Chagas, o anúncio formal deve ocorrer até quinta-feira.

Perfil: Alexandre Tombini - economista, colorado e chefe querido

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