Mundo

Diferentes versões sobre morte de Bin Laden geram polêmica

Contudo, apesar das dúvidas sobre como de fato o líder da Al-Qaeda foi morto em seu refúgio no Paquistão, a credibilidade do presidente americano Barack Obama se fortalece

Obama: "Boa noite. Esta noite, posso informar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda" (Getty Images)

Obama: "Boa noite. Esta noite, posso informar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 20h46.

Washington - Um forte desencontro de informações entre as versões da Casa Branca sobre o ataque que culminou na morte de Bin-Laden - divulgadas na segunda e na terça-feira- tem gerado polêmica em diferentes partes do globo e criado a necessidade de uma versão definitiva.

Contudo, apesar das dúvidas sobre como de fato o líder da Al-Qaeda foi morto em seu refúgio no Paquistão, a credibilidade do presidente americano Barack Obama tem se fortalecido significativamente desde o anúncio do ataque.

Na segunda-feira, a Casa Branca disse que Bin Laden foi alertado para que se rendesse e como não o fez no tempo estipulado pelo grupo de ataque da SEAL (forças especiais da marinha americana) e levou um tiro em seu confortável quarto na cidade de Abbottabad, que fica próxima à capital Islamabad.

Um dia depois, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, havia dado outra versão, dizendo que o terrorista estava desarmado quando foi assassinado pela SEAL, levantando dúvidas sobre as afirmações americanas de que eles estavam prontos para levar Bin Laden vivo.

Na segunda-feira, John Brennan, diretor do serviço de antiterrorismo de Obama, disse que a esposa de Bin Laden havia morrido após ter sido usada por ele como um escudo humano durante o ataque, em mais um ato covarde de Bin Laden.

Alguns oficiais logo desmentiram essa versão também e Carney apresentou uma nova história na terça-feira, dizendo que a esposa de Bin Laden teria atacado um dos oficiais da SEAL que tentava render seu marido e por isso recebera um tiro na perna, mas não teria morrido.

"No primeiro andar do reduto de Bin Laden, dois seguranças que vigiavam as duas entradas do refúgio foram mortos, assim como uma mulher que atravessou o fogo cruzado", disse Carney.

Segundo ele, Bin Laden e sua família foram encontrados no segundo e terceiro andares. "Havia a preocupação de que Bin Laden fosse se opor à operação de captura e de fato ele resistiu", completou.

Existem ainda diferentes versões sobre como um dos filhos adultos de Bin Laden, Hamza of Khalid, foi morto e há ainda mais especulações sobre o que teria sido feito do corpo. A versão de Carney divulgada na terça-feira, no entanto, nem mesmo menciona a morte do filho de Bin Laden.

O porta-voz da Casa Branca, que chegou a admitir num determinado momento que até mesmo ele estava ficando confuso, pôs a culpa sobre as divergências de informação no fato de tratar-se de uma ação de guerra e por isso haver muito tumulto envolvido.

Outro oficial concordou em falar sobre a mudança da história, desde que não tivesse o nome divulgado, dizendo que a administração não se arrepende de ter emitido informes rápidos e detalhados, que depois precisaram ser corrigidos.

O oficial disse ainda que esse profundo desencontro de informações não passaria de terça-feira e reforçou a necessidade de corrigir alguns detalhes da missão. "Havia uma forte demanda por informação... nós demos um passo à frente ", disse. "Você quer informação rápida, essas coisas sempre sofrem revisão. Tudo foi movido por uma boa intenção, mas de uma forma antecipada", completou.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaCIAOsama bin LadenPersonalidadesPolíticosTerrorismo

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano