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Dick Cheney defende Hillary Clinton e critica Barack Obama

Cheney está lançando livro no qual conta sua relação com Bush e outros membros do Governo, além de defender polêmicas como a asfixia para interrogar suspeitos de terrorismo

Segundo Cheney, para o partido republicano seria "mais fácil" trabalhar e se entender com o Governo democrata se a Casa Branca estivesse ocupada por Hillary Clinton (Getty Images)

Segundo Cheney, para o partido republicano seria "mais fácil" trabalhar e se entender com o Governo democrata se a Casa Branca estivesse ocupada por Hillary Clinton (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2011 às 16h28.

Washington - O ex-vice-presidente americano Dick Cheney disse neste domingo que para o partido republicano seria "mais fácil" trabalhar e se entender com o Governo democrata se a Casa Branca estivesse ocupada por Hillary Clinton e não por Barack Obama.

"Seria mais fácil trabalhar com ela", disse Cheney, que foi vice-presidente durante o mandato de George W. Bush (2001-2009), em entrevista à rede de televisão "Fox News", acrescentando que Hillary "é um dos membros mais competentes do atual Governo".

Cheney está divulgando seu livro "In My Time: A Pessoal and Political Memoir" ("Em Minha Época: Memórias Pessoais e Políticas", na tradução livre), no qual conta sua relação com Bush e com outros membros do Governo, além de defender polêmicas como a asfixia para interrogar suspeitos de terrorismo.

O livro se mostra crítico com o presidente Obama por não ter conseguido fechar a prisão de Guantánamo, como tinha prometido, e contra sua decisão de promover o retorno em setembro de 2012 dos 33 mil soldados extras que enviou, em 2009, ao Afeganistão.

Além disso, Cheney mantém o tom desafiante que o caracteriza e não mostra arrependimento sobre muitas das polêmicas que existiram durante o Governo Bush, que classifica como um "extraordinário líder".

Na entrevista à "Fox News", o ex-vice-presidente voltou a defender a ordem que deu aos militares horas depois dos atentados terroristas do dia 11 de setembro de 2001 para que derrubassem qualquer avião comercial de passageiros que rejeitasse a ordem de não se dirigir a Washington.

"Francamente, não pensei muito nisso. Enquanto um desses aviões foi sequestrado, já era uma arma (...) vi como parte da minha responsabilidade", disse ao argumentar que a decisão que tomou era "necessária".

Por outro lado, Cheney também reconheceu que aconselhou Bush a "manter sempre sobre a mesa a opção militar" diante do programa nuclear iraniano, mas que "nunca" recomendou lançar um ataque contra esse país.

Em outros trechos do livro, porém, fica claro que Cheney aconselhou Bush a bombardear um reator nuclear "suspeito" na Síria em junho de 2007 e que lamentou que o então presidente optasse pela via diplomática.

O político afirmou também que outros assessores mostraram receio com o argumento de "má inteligência" que haviam "recebido sobre as armas de destruição em massa no Iraque".

Consciente de sua fama de político maquiavélico, Cheney chegou a dizer na terça-feira passada em uma entrevista a rede de televisão "NBC" que não se importa que o comparem a "Darth Vader", o vilão da saga "Guerra nas Estrelas".

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