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Dezenas de milhares no Iêmen pedem renúncia do presidente

Participantes do protesto traziam cartazes com palavras contra o regime e bandeiras do Iêmen, Egito, Tunísia e Líbia

Protestos no Iêmen: oposição rejeitou proposta de Saleh de formar governo de união (AFP)

Protestos no Iêmen: oposição rejeitou proposta de Saleh de formar governo de união (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 09h09.

Sana - Dezenas de milhares de militantes da oposição iemenita se manifestaram nesta terça-feira em Sana e em outras cidades do país no que foi qualificado como o "Dia da Ira", para pedir a renúncia do presidente Ali Saleh.

Na capital, os manifestantes se reuniram no começo da manhã em uma praça em frente à Universidade de Sana, que os opositores chamam de "praça das mudanças" e onde há uma semana promovem um protesto permanente.

Lá, cantaram slogans como "Não ao diálogo, a saída (do poder) é a alternativa", "Pacífica, pacífica, nossa revolução é pacífica" e "O povo quer a queda do regime", como foi constatado pela Agência Efe.

Os participantes do protesto também traziam cartazes com palavras contra o regime e bandeiras do Iêmen, Egito, Tunísia e Líbia.

Nesta segunda-feira, a oposição iemenita rejeitou a oferta de Saleh de participar de um Governo de união nacional e disse que manterá os protestos nas ruas, que começaram em 27 de janeiro no calor das revoltas na Tunísia e Egito, e se intensificaram nos últimos dias.

No discurso proferido durante uma reunião que manteve com dirigentes religiosos nesta segunda-feira em Sana, Saleh advertiu sobre os riscos de divisão no país caso os protestos o obriguem a deixar o poder.

"(Os opositores) não poderão dirigir o país nem durante uma semana, e confirmo isso", disse Saleh em suas declarações, que foram transmitidas à noite pela emissora de televisão estatal iemenita.

"O Iêmen se dividirá em quatro partes, não só em duas, como esteve antes", acrescentou, referindo-se à etapa prévia à unificação entre o norte e o sul, em 1990.

A pressão sobre Saleh para que renuncie ao poder se intensificou nos últimos dias, com manifestações permanentes que vinham ocorrendo esporadicamente desde 27 de janeiro.

O presidente, além disso, perdeu a lealdade de destacados chefes tribais e deputados do governista Partido da Conferência Popular, em protesto pelo uso da violência contra os manifestantes, que causou 17 mortes nas últimas duas semanas.

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