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Desempregados se interessam por vaga de carrasco no Zimbábue

Jornal local mostrou em uma matéria que o cargo está vago há cinco anos e dezenas de pessoas se candidataram para a vaga; desemprego no país é de 90%

O Zimbábue passou por uma crise econômica e política em 2009 que deixou 90% da população desempregada (Getty Images)

O Zimbábue passou por uma crise econômica e política em 2009 que deixou 90% da população desempregada (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 13h24.

Harare, Zimbábue - Dezenas de desempregados demonstraram interesse em concorrer à vaga de carrasco no Zimbábue, que está sem ocupante há cinco anos, informou nesta terça-feira o jornal "NewsDay".

O jornal explica que, após ter publicado uma reportagem sobre ofertas de emprego sem concorrentes, entre elas a de carrasco, foi inundado de ligações e mensagens de leitores que perguntavam o que fazer para se candidatar a este emprego, em um país no qual calcula-se que haja 90% de desempregados.

"Não podia imaginar que houvesse tanta gente tão desesperada para arrumar um emprego a ponto de se dispor a matar para poder pôr comida na mesa", afirma o subdiretor do periódico, Tangai Chipangura, em sua coluna desta terça-feira.

O jornalista afirma que recebe todo dia uma média de cinco chamadas e mensagens em seu celular de pessoas interessadas no posto de carrasco e que o mesmo acontece com seus colegas de trabalho.

Uma das mensagens recebidas por Chipangura dizia: "Posto de carrasco vago. Por favor, me ajude. Preciso saber qual é o procedimento de solicitação. Trabalhei antes como funcionário de prisões e sei que tenho um coração forte. Posso enforcar!".

Atualmente, há 52 presos condenados à morte nas penitenciárias do Zimbábue, que segundo o próprio governo estão em condições subumanas. A última pessoa enforcada no país foi Never Masina Mandla, em julho de 2005.

Após uma década de crise política, econômica e social que levou o país à ruína, em 2009 o desemprego chegou a 94% e estima-se que se mantenha em 90%, embora não haja dados oficiais.

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