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Desmate na Amazônia cai 49%, diz governo

O sistema de detecção do desmatamento captou o corte de 1.808 quilômetros quadrados de floresta em 11 meses, contra 3.537 quilômetros quadrados registrados entre 2008 e 2009

O Pará se mantém na liderança do desmatamento (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - Com um novo padrão de desmatamento, concentrado em áreas menores batizado de "puxadinho", o abate de árvores na Floresta Amazônica deverá somar neste ano cerca de 5 mil quilômetros quadrados, segundo estimativa do governo.

A área, superior a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo, representará o menor desmatamento em 23 anos, desde que o corte de árvores passou a ser monitorado pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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Faltando apenas um mês do período de apuração da taxa anual de desmatamento da Amazônia, dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) mostram uma queda de 49% no ritmo das motosserras entre agosto de 2009 e junho de 2010, comparado ao mesmo período do ano anterior. Esse sistema é mais rápido e menos preciso que o Prodes, responsável pela taxa oficial de desmatamento, divulgada ao final de cada ano.

"O desmatamento puxadinho tem crescido", disse hoje a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobre o corte da vegetação em área inferior a 25 hectares, o equivalente a 25 campos de futebol. É uma área pequena demais para os satélites do Deter enxergarem, diferente das grandes frentes de corte da floresta. No ano passado, o desmatamento "puxadinho" já representou 60% do total. O porcentual triplicou em sete anos.

"O desmatamento do ano deverá ficar em torno dos 5 mil quilômetros", calculou o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. O número é menor do que os 7.464 quilômetros quadrados registrados no ano anterior, cumprindo com folga a expectativa para 2010, destacou o presidente do Inpe, Gilberto Câmara. A meta oficial é reduzir em 80% o desmatamento da floresta em relação ao previsto para 2020.

O sistema de detecção do desmatamento em tempo real, criado para orientar a ação dos fiscais, captou o corte de 1.808 quilômetros quadrados de floresta em 11 meses, contra 3.537 quilômetros quadrados registrados agosto de 2008 e junho de 2009. Em junho, os satélites captaram o corte de 244 quilômetros quadrados, 58% a menos do que o mesmo mês do ano passado. A redução é mais significativa porque não havia muitas nuvens para atrapalhar a visão dos satélites.

O Pará se mantém na liderança do desmatamento. "Não podemos afirmar se a causa é a pecuária, abertura de estradas ou assentamentos, temos de investigar", ponderou Izabella Teixeira. O governo analisa a hipótese de o desmatamento ser resultado de planos de manejo de floresta falsos no Estado. O Estado do Amazonas foi o único que registrou aumento do desmatamento no período de 11 meses e também será objeto de análise mais aprofundada na divulgação da taxa oficial de 2010. A partir de 2012, o governo espera dispor de novos satélites, mais precisos, para monitorar o abate da floresta.

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