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Desmatamento tropical ameaça produção mundial de alimentos

Desmatamento de florestas tropicais no hemisfério sul está acelerando o aquecimento global e ameaçando a produção mundial de alimentos ao distorcer padrões de chuva

Desmatamento: até 2050, o desflorestamento pode levar a uma queda de 15 por cento na chuva em regiões tropicais (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 10h11.

Roma - O desmatamento de florestas tropicais no hemisfério sul está acelerando o aquecimento global e ameaçando a produção mundial de alimentos ao distorcer os padrões de chuva na Europa, na China e no meio-oeste dos Estados Unidos, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira.

Até 2050, o desflorestamento pode levar a uma queda de 15 por cento na chuva em regiões tropicais, incluindo na Amazônia, no sudeste da Ásia e na África Central, informou o estudo publicado no periódico Nature Climate Change.

Grande parte do desmatamento tem como objetivo liberar terra para agricultura. Isso pode causar um ciclo vicioso, aumentando o aquecimento global e reduzindo a produção de alimentos em fazendas, o que, em contrapartida, leva os produtores a cortarem mais árvores para dar espaço para cultivo, disseram os especialistas.

“Quando você desmata os trópicos, estas regiões vão passar por um aquecimento significante e maiores secas”, disse Deborah Lawrence, professora da Universidade da Virginia e líder do estudo, à Thomson Reuters Foundation.

Remover árvores e plantar colheitas libera dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Ao mesmo tempo, áreas desmatadas também são menos capazes de reter humidade, imediatamente alterando os padrões locais de clima.

O estudo disse que se as atuais taxas de desflorestamento na floresta Amazônica persistirem, a produção de soja na região pode cair em 25 por cento até 2050.

Desmatamento na República Democrática do Congo e na Tailândia também podem ter consequências em outras partes do mundo, levando a mais chuvas para a Grã-Bretanha e ao Havaí, e menos chuvas ao sul da França e à região do meio-oeste dos EUA, segundo o estudo.  Globalmente, os níveis de desflorestamento estão crescendo vagarosamente, disse Deborah.

O Brasil conseguiu conter suas taxas de desmatamento, em uma “linda história de sucesso”, disse ela, ao passo que a situação na Indonésia piorou.  Um desflorestamento completo pode levar a um aumento de 0,7 grau nas temperaturas mundiais, isso além do impacto de gases-estufa, dobrando o aquecimento global desde 1850.

“Florestas tropicais são frequentemente atribuídas como o ‘pulmão do mundo’, mas elas são mais parecidas com as glândulas sudoríparas”, disse Deborah.

“Elas cedem muita humidade, o que ajuda a manter o planeja refrescado. Essa função crucial estará perdida - e será até mesmo revertida - caso as florestas sejam destruídas”, acrescentou.

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Roma - O desmatamento de florestas tropicais no hemisfério sul está acelerando o aquecimento global e ameaçando a produção mundial de alimentos ao distorcer os padrões de chuva na Europa, na China e no meio-oeste dos Estados Unidos, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira.

Até 2050, o desflorestamento pode levar a uma queda de 15 por cento na chuva em regiões tropicais, incluindo na Amazônia, no sudeste da Ásia e na África Central, informou o estudo publicado no periódico Nature Climate Change.

Grande parte do desmatamento tem como objetivo liberar terra para agricultura. Isso pode causar um ciclo vicioso, aumentando o aquecimento global e reduzindo a produção de alimentos em fazendas, o que, em contrapartida, leva os produtores a cortarem mais árvores para dar espaço para cultivo, disseram os especialistas.

“Quando você desmata os trópicos, estas regiões vão passar por um aquecimento significante e maiores secas”, disse Deborah Lawrence, professora da Universidade da Virginia e líder do estudo, à Thomson Reuters Foundation.

Remover árvores e plantar colheitas libera dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Ao mesmo tempo, áreas desmatadas também são menos capazes de reter humidade, imediatamente alterando os padrões locais de clima.

O estudo disse que se as atuais taxas de desflorestamento na floresta Amazônica persistirem, a produção de soja na região pode cair em 25 por cento até 2050.

Desmatamento na República Democrática do Congo e na Tailândia também podem ter consequências em outras partes do mundo, levando a mais chuvas para a Grã-Bretanha e ao Havaí, e menos chuvas ao sul da França e à região do meio-oeste dos EUA, segundo o estudo.  Globalmente, os níveis de desflorestamento estão crescendo vagarosamente, disse Deborah.

O Brasil conseguiu conter suas taxas de desmatamento, em uma “linda história de sucesso”, disse ela, ao passo que a situação na Indonésia piorou.  Um desflorestamento completo pode levar a um aumento de 0,7 grau nas temperaturas mundiais, isso além do impacto de gases-estufa, dobrando o aquecimento global desde 1850.

“Florestas tropicais são frequentemente atribuídas como o ‘pulmão do mundo’, mas elas são mais parecidas com as glândulas sudoríparas”, disse Deborah.

“Elas cedem muita humidade, o que ajuda a manter o planeja refrescado. Essa função crucial estará perdida - e será até mesmo revertida - caso as florestas sejam destruídas”, acrescentou.

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