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Desde Newtown, mais de 300 morreram nos EUA por armas

O massacre, similar a outros que ocorreram esporadicamente nos Estados Unidos, reavivou o debate sobre posse e porte de armas de fogo


	Funcionário de loja de armas exibe pistola em El Cajon, Califórnia: uma feira de armas no fim de semana antes do Natal em Kansas City (Missouri) atraiu cerca de 12 mil pessoas
 (Jewel Samad/AFP)

Funcionário de loja de armas exibe pistola em El Cajon, Califórnia: uma feira de armas no fim de semana antes do Natal em Kansas City (Missouri) atraiu cerca de 12 mil pessoas (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2012 às 15h27.

Washington - Desde o massacre em uma escola de Connecticut que chamou a atenção mundial, mais de 330 pessoas morreram vítimas de tiros nos Estados Unidos, onde há muita procura pela venda de rifles de assalto e de carregadores de alto conteúdo.

Em 14 de dezembro, um jovem armado com um rifle semi-automático Bushmaster - a versão civil do AR-15, que é a arma padrão da infantaria americana - e duas armas curtas, matou sua mãe e depois invadiu uma escola primária de Newtown (Connecticut) onde matou mais seis adultos e 20 crianças, se suicidando depois.

O massacre, similar a outros que ocorreram esporadicamente nos Estados Unidos, reavivou o debate sobre posse e porte de armas de fogo, repetiu as mesmas acusações e explicações e já se soma à lista de tragédias que são discutidas, mas não evitadas.

A revista "Slate" iniciou uma colaboração com um usuário anônimo do Twitter, "@GunDeaths", para rastrear as notícias de imprensa de todos os país sobre mortes causadas por armas de fogo.

Os relatórios policiais, os jornais, as estações de rádio e televisão locais indicam que, entre 14 de dezembro - incluído o massacre em Newtown - e 29 de dezembro, pelo menos 321 pessoas morreram em todo país por ferimentos causados por armas de fogo.

"@GunDeaths" iniciou sua própria coleta de dados em julho depois que outro cidadão, fortemente armado, matou e feriu dezenas de pessoas em um cinema de Aurora, no Colorado.

Agora, em cooperação com o "Slate", existe um lugar interativo na internet para a coleta e a divulgação dessa informação.


A Campanha Brady, o maior grupo que briga por um controle mais estrito das armas de fogo, calcula que a cada ano cerca de 100 mil pessoas são feridas por balas, ataques ou acidentes nos Estados Unidos, enquanto 30 mil morrem em homicídios, acidentes e suicídios com armas de fogo.

O debate sobre as armas de fogo, após o ataque em Connecticut, dá enfoque aos rifles semi-automáticos e aos carregadores de alta capacidade que aumentam a potência letal dos indivíduos que perpetram os massacres e, em muitos casos, estão dispostos a morrer.

A mera menção de que poderia haver uma restrição à venda de armas desenhadas para combate militar para a população causou um aumento nas compras tanto de rifles de assalto como dos carregadores que têm, em alguns casos, até 30 balas que podem ser disparadas em poucos segundos.

Os armeiros e operadores de clubes de tiros contam com uma clientela numerosa desde a Carolina do Norte ao Oregon e de Illinois à Flórida.

"Se fala muito sobre os possíveis controles e as pessoas querem comprar algo agora antes que o governo aprove outras medidas", disse à televisão local Tricia Sisson, presidente do clube de Lake Norman, na Carolina do Norte.


Uma feira de armas no fim de semana antes do Natal em Kansas City (Missouri) atraiu cerca de 12 mil pessoas, disse à televisão Dennis Pearson, que promove este tipo de feiras em cerca de 200 lugares de Iowa cada ano.

Bob Salsbury, dono de uma fábrica de armas em Waterloo (Iowa), disse que suas vendas subiram 15% no último mês e que as compras de armas de fogo são "particularmente maiores entre as mulheres, que querem comprar algo para defesa, em sua maioria pistolas".

Nenhuma agência nacional conta a quantidade de armas de fogo vendidas em todo Estados Unidos, embora tramitem nestes locais os pedidos de permissões de compra, posse e porte de armas.

O Departamento de Justiça de Wisconsin, que faz esses trâmites nesse estado, recebeu até o fim de semana passado mais de 133 mil chamadas para a verificação de antecedentes, comparado com cerca de 89 mil no período similar de 2011.

Na semana anterior ao massacre em Connecticut, esse escritório de Wisconsin recebeu 3.738 solicitações telefônicas para a verificação de antecedentes necessária para a compra de armas. Na semana seguinte, recebeu 5.930. 

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