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Desafiador, Irã planeja acelerar enriquecimento de urânio

País anunciou a instalação de mais centrífugas para o enriquecimento de urânio, o que deve complicar ainda mais os esforços diplomáticos sobre o seu programa nuclear

Trabalhadores iranianos em frente a usina de energia nuclear de Bushehr, ao sul de Teerã (Mehr News Agency/Majid Asgaripour/Reuters)

Trabalhadores iranianos em frente a usina de energia nuclear de Bushehr, ao sul de Teerã (Mehr News Agency/Majid Asgaripour/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 10h22.

Viena - O Irã informou à agência nuclear da ONU que irá instalar mais centrífugas para o enriquecimento de urânio, o que deve complicar ainda mais os esforços diplomáticos para resolver o impasse em torno do programa atômico iraniano.

Em carta à Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA, um órgão da ONU), Teerã disse que irá usar as novas centrífugas na sua usina de Natanz, segundo comunicado da AIEA aos Estados membros, ao qual a Reuters teve acesso.

Isso permitiria que o Irã refinasse material nuclear num ritmo muito mais acelerado do que o atual, aumentando os temores de Israel e de governos ocidentais sobre o possível uso desse material para o desenvolvimento de armas atômicas. Teerã insiste no caráter pacífico das suas atividades.

Não ficou claro quantas novas centrífugas o Irã pretende instalar em Natanz, onde cabem dezenas de milhares de máquinas. Analistas dizem que as sanções dos últimos anos ao Irã limitam o acesso do país às peças necessárias para a produção em grande número das sofisticadas centrífugas.

O urânio enriquecido pode ser usado para alimentar reatores nucleares, como o Irã diz ser seu objetivo. Mas, dependendo do seu grau de pureza, o material também pode servir como matéria-prima para armas nucleares.

O anúncio feito pelo Irã à AIEA coincide com uma polêmica entre Teerã e seis potências nucleares a respeito de quando e onde realizar uma nova rodada de negociações visando a um acordo que evite uma nova guerra no Oriente Médio.

As potências -EUA, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Rússia e China- querem que o Irã restrinja seu programa de enriquecimento. Ao longo do último ano, Washington e seus aliados endureceram sensivelmente as sanções contra a República Islâmica, sufocando seu importante setor petrolífero.

Na carta à AIEA, datada de 23 de janeiro, o Irã disse que vai usar o seu novo modelo de centrífugas em uma unidade de Natanz onde o urânio está sendo refinado até a concentração físsil de 5 por cento.

Em uma carta-resposta no dia 29, a AIEA pediu ao Irã que forneça detalhes técnicos e outras informações sobre o plano.

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