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Deputado da extrema direita sueca renuncia após racismo

Lars Isovaara, 53 anos, é alvo de uma queixa apresentada na quarta-feira por insultos racistas

Lars Isovaara: "Eu não quero lidar com pessoas como você", disse o deputado, segundo os policiais que apresentaram a queixa (©AFP / Henrik Montgomery)

Lars Isovaara: "Eu não quero lidar com pessoas como você", disse o deputado, segundo os policiais que apresentaram a queixa (©AFP / Henrik Montgomery)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 16h07.

Estocolmo - Um parlamentar da extrema direita sueca renunciou nesta quinta-feira, devido a declarações racistas, duas semanas depois de um escândalo semelhante que, aparentemente, não prejudicou a popularidade do partido.

Lars Isovaara, 53 anos, é alvo de uma queixa apresentada na quarta-feira por insultos racistas.

Em uma pesquisa divulgada em 22 de novembro, o partido de Isovaara, Democratas da Suécia, recebeu 12,3% das intenções de votos, um aumento de 6,6 pontos em comparação com as eleições legislativas de setembro de 2010. Isso faz dele a terceira força da Suécia.

Na noite de quarta-feira, Isovaara, bêbado e acompanhado por dois policiais que investigavam o furto de sua mochila, cuspiu e imitou o grunhido de um porco para o oficial de segurança que abriu a porta do Parlamento para eles, ofendendo-o por suas origens estrangeiras.

"Eu não quero lidar com pessoas como você", disse o deputado, segundo os policiais que apresentaram a queixa.

Isovaara considerou nesta quinta-feira que ele não era mais digno de seu mandato. "Tenho consciência de que meu comportamento me coloca em uma posição de impossibilidade de representar o partido. Assumo as minhas responsabilidades e peço que seja afastado das minhas funções parlamentares", declarou em um comunicado.

Este não é o primeiro escândalo dentro do partido. Em meados de novembro, o porta-voz dos assuntos econômicos foi destituído de seu cargo após a revelação de um vídeo no qual aparecia proferindo insultos racistas. Contudo, ele manteve seu mandato de deputado.


Os Democratas da Suécia têm oficialmente uma política de "tolerância zero" contra declarações racistas entre seus representantes.

Mas, de acordo com a cientista política Annika Hamrud, citada na edição eletrônica do jornal Dagens Nyheter, seus eleitores "acham graça dos escândalos".

A extrema-direita tem 20 assentos no Parlamento sueco, eleitos por representação proporcional. Eles vão manter o mesmo número, uma vez que a lei prevê a substituição de um membro que tenha renunciado por outro da mesma formação política.

Isovaara será substituído por Markus Wiechel, 24 anos, vereador de Norrköping (sul).

O presidente do Democratas da Suécia, Jimmie Aakesson, quis evitar qualquer polêmica devido a problemas com a lei em casos de difamação. "Nós não acreditamos que seja tão grave a ponto de não poder representar o partido", disse à agência de notícias sueca TT.

Os Democratas da Suécia relataram que a mochila que gerou a confusão de Isovaara tinha sido, na verdade, esquecida em um restaurante.

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