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Delegação do governo líbio aceita negociar com rebeldes

Proposta da União Africana aceita por representantes de Kadafi inclui transição democrática, com eleições

Enquanto isso, forças ocidentais continuam ataques contra tropas de Kadafi (U.S. Navy)
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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 20h13.

Rio de Janeiro - A delegação do Governo líbio que participa de uma cúpula de alto nível na capital da Etiópia com membros da União Africana (UA) e dos Governos de Rússia, China, Estados Unidos e França aceitou as propostas da UA, que incluem reformas democráticas e diálogo com os rebeldes.

"Estamos dispostos a iniciar o Mapa de Caminho do Comitê de Alto Nível do Conselho de Paz e Segurança da UA, incluída a adoção e aplicação de uma política que satisfaça às aspirações do povo líbio de maneira pacífica e democrática", disseram os enviados líbios em comunicado distribuído aos meios de comunicação.

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Além disso, os representantes do Governo líbio na Etiópia solicitaram a cessação dos bombardeios e o bloqueio naval.

A delegação líbia considerou que "os bombardeios e o bloqueio naval impostos pelas forças ocidentais estão aplainando o terreno para um ataque rebelde" e pediu também "a suspensão do embargo econômico, que agravou o sofrimento do povo líbio".

O texto acrescenta que o Executivo líbio se comprometeria a um cessar-fogo se a mesma medida for imposta aos rebeldes.

A Líbia "se comprometeu a um cessar-fogo. A comunidade internacional deve impor as mesmas obrigações às outras partes. Também aceitará uma missão de observadores da UA para supervisionar o cessar-fogo", diz o comunicado.

No entanto, os rebeldes não estão representados na reunião de Adis-Abeba, já que os líderes do Conselho Nacional de Transição recusaram o convite, pois a agenda do encontro não incluía a renúncia de Kadafi.

Por sua vez, a delegação enviada pelo líder líbio está liderada por Mohammad Al-Zawi, presidente do Congresso do Povo.

O presidente da Comissão da UA, Jean Ping, disse durante o encontro que se chegou a um acordo para a determinação de um Mapa de Caminho para resolver a crise, que consistiria na formação de um Governo de transição, na convocação de eleições e na criação de instituições democráticas.

Previamente, a UA propôs que as partes em conflito chegassem a um acordo sobre um período de transição durante o qual seriam realizadas eleições democráticas.

Ping disse que o papel da África continuará sendo estritamente político, com o objetivo de ajudar na obtenção de um acordo entre as partes envolvidas no conflito.

Segundo fontes da UA, a reunião esteve dividida quanto às formas de resolução para a crise: a Argélia liderou o grupo que tentava obter um cessar-fogo seguido de negociações que aproximassem ambas as partes, enquanto a Turquia põe como condição que Kadafi abandone o poder.

Ping explicou que a UA pressionou para alcançar reformas políticas através do diálogo e pediu às partes em conflito que ponham fim às hostilidades e que permitam a realização dos trabalhos humanitários.

Membros da UA e dos Governos de Rússia, China, Estados Unidos e França e outros países europeus se reuniram nesta sexta-feira com representantes das autoridades da Líbia na capital etíope para tentar encontrar uma saída pacífica ao conflito líbio.

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