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Déficit comercial dos EUA alcança novo recorde com a China

Saldo negativo da balança comercial dos EUA aumentou 8,8% em agosto; déficit com a China alcançou US$ 28 bilhões

O aumento das importações de produtos chineses está entre as principais causas do déficit americano (.)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 17h02.

Washington - O déficit comercial americano voltou a subir em agosto, sob o efeito conjunto de um aumento das importações de produtos comprados da China e de petróleo, afetando com força o crescimento econômico já lento do país.

O saldo negativo da balança comercial registrou aumento de 8,8% em relação a julho, alcançando 46,3 bilhões de dólares em agosto, segundo dados corrigidos por variações sazonais, informou o departamento de Comércio nesta quinta-feira.

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Apesar da alta das exportações (+0,2%), que alcançaram seu maior nível desde agosto de 2008, o déficit aumentou devido ao movimento maior das importações (+2,1%).

O saldo cronicamente negativo da balança de produtos derivados de petróleo prosseguiu deteriorando-se, a ponto de o déficit comercial dos Estados Unidos com a China alcançar um novo recorde, de 28 bilhões de dólares.

Reunidos sábado, em Washington, os membros do Fundo Monetário Internacional, não conseguiram um acordo sobre os meios de evitar uma "guerra de divisas", temida por alguns.

Segundo Christos Shiamptanis, economista do TD Financial, os dados do comércio externo deverão "incrementar a pressão política sobre a China para que permita o fortalecimento do iuane" no mercado de câmbio.

O Congresso americano prepara atualmente um projeto de lei com sanções à China, caso o país seja acusado oficialmente de manipular a divisa, mantendo-a desvalorizada para favorecer suas exportações.

A administração do presidente Barack Obama mostra prudência. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, reiterou nesta terça-feira confiança em que a China permita uma valorização progressiva da moeda.


O Tesouro deve entregar ao Congresso nesta sexta-feira seu informe semestral sobre as taxas de câmbio, com dados sobre a manipulação da moeda pelos parceiros comerciais de Washington.

No entanto, a publicação do documento no prazo fixado, ainda era incerta nesta quinta-feira. O Tesouro pode adiar a apresentação do relatório, como o fez em abril, para não causar indisposições com Pequim, que ultimamente vem se mostrando susceptível ao assunto.

Depois de um súbito avanço em junho, quando alcançou o nível mais alto desde outubro de 2008, o déficit comercial americano caiu em julho.

Seu aumento em agosto confirma a tendência da balança comercial: o déficit acumulado nos primeiros oito meses do ano aumentou 43% em relação ao mesmo período de 2009.

O aprofundamento do saldo negativo representa um mau augúrio sobre as cifras oficiais preliminares do PIB, Produto Interno Bruto, no terceiro trimestre, que devem ser publicadas no final de outubro.

O desequilíbrio comercial contribuiu para a perda de 3,5 pontos no crescimento dos Estados Unidos no segundo trimestre, algo que não acontecia desde 1947.

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