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De volta à campanha, Trump diz que se sente "poderoso" após covid-19

Em comício na Flórida, Trump afirmou que se sentia bem o suficiente para beijar pessoas na plateia. Este foi seu 1º evento desde que contraiu a covid-19

Trump afirmou que vacinas contra o novo coronavírus serão distribuídas "muito em breve" nos EUA (Joe Raedle / Equipe/Getty Images)
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AFP

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 06h36.

Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 22h48.

Ausente durante 10 dias pela covid-19, o presidente Donald Trump voltou na segunda-feira, na Flórida, à linha de frente da campanha eleitoral e afirmou que está em "plena forma", a três semanas das eleições contra o democrata Joe Biden.

"Eu tive e agora dizem que estou imunizado", afirmou o presidente americano de 74 anos para uma multidão de simpatizantes - poucos usavam máscaras. "Me sinto poderoso", completou. "Vou caminhar nesta multidão (...) beijarei todos, vou beijar os homens e as magníficas mulheres", completou, sorrindo.

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A equipe médica de Trump anunciou que ele testou negativo para covid-19 e que não era contagioso pouco antes de sua viagem para a Flórida, o primeiro de quatro estados chave que pretende visitar durante a semana para tentar reduzir a vantagem de Biden nas pesquisas na reta final da eleição dos Estados Unidos, programada para 3 de novembro.

Com o ímpeto habitual, uma semana depois de deixar o hospital, Trump repetiu as frases mais conhecidas da campanha, com cíticas a Hillary Clinton e à imprensa "corrupta", além de advertências alarmistas contra a "esquerda radical" e o "pesadelo socialista".

Também alfinetou o rival, que chama de "Joe, o dorminhoco", ao afirmar que o democrata não atrai "quase ninguém" em seus eventos de campanha.

Biden, que não participa em nenhum grande comício há vários meses, insistindo na necessidade de respeitar as recomendações das autoridades de saúde, apresentou suas propostas econômicas em Ohio na segunda-feira.

"Há quatro anos..."

"Adoro a Flórida", disse Trump no estado que pode ter novamente um papel crucial nas eleições. O presidente minimizou as pesquisas: "Há quatro anos era a mesma coisa, diziam que iríamos perder na Flórida. Em 22 dias vamos vencer neste estado e ganhar mais quatro anos na Casa Branca".

No retorno à campanha, Trump tentou estimular sua base eleitoral com a notícia de que escolheu a magistrada conservadora Amy Coney Barrett para ocupar uma cadeira na Suprema Corte.

O Senado, controlado pelos republicanos, deve confirmar em breve o nome da juíza de 48 anos, o que inclinará para o lado conservador o principal tribunal do país pelas próximas décadas. "Ela vai ser uma juíza fantástica", disse o presidente.

"Mais irresponsável"

A atitude de desafio do republicano estava presente antes de sair de Washington.

Na base militar Andrews, perto da capital, ele não estava de máscara, ao contrário dos agentes do Serviço Secreto responsáveis por sua segurança.

Pouco antes da decolagem do Air Force One, o médico da Casa Branca, Sean Conley, afirmou em um comunicado que Trump testou dado negativo para covid-19 "em dias consecutivos" em testes rápidos.

Os testes conhecidos como antigênicos são geralmente menos sensíveis que os exames moleculares tradicionais (PCR).

A questão da imunidade a covid-19 ainda não está clara, pois os cientistas não conhecem com precisão sua duração ou o nível de proteção oferecido pelos anticorpos.

Um estudo publicado na revista médica The Lancet Infectious Diseases mostra que um americano foi infectado duas vezes pela covid-19 em um mês e meio de intervalo e a segunda infecção foi mais grave que a primeira, o quinto caso de reinfecção registrado até agora no mundo.

No momento em que os Estados Unidos se aproximam de 215.000 mortes pelo vírus, Biden criticou a gestão de Trump no início da crise.

"Trump sabia como a doença era perigosa, mas não fez nada", disse Biden. "Por quê não nos advertiu?".

"Sua conduta irresponsável desde seu diagnóstico é inconcebível. Quanto mais tempo Donald Trump é presidente, mais irresponsável parece se tornar".

Biden lidera em estados chave

Além da Flórida, Trump viajará durante a semana a Pensilvânia, Iowa e Carolina do Norte para tentar reduzir a distância para Biden, que tem vantagem de dois dígitos na média nacional das pesquisas, de acordo com o site RealClearPolitics.

O presidente venceu nestes quatro estados em 2016, mas está atrás de Biden nos quatro este ano, de acordo com a média do mesmo site.

O democrata tem uma vantagem pequena em Iowa e Carolina do Norte, segundo o RealClearPolitics, mas lidera de maneira mais consistente na Flórida e Pensilvânia, com 3,7% e 7,1%, respectivamente.

Mais de 10 milhões de americanos, um recorde, já votaram para as eleições de 3 de novembro, por correio ou por voto antecipado, de acordo com os números divulgados na segunda-feira.

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