Mundo

De Mistura exalta "coragem política" de regime e oposição síria

O emissário das Nações Unidas destacou que as partes confirmaram que têm como "imediata prioridade" reforçar o cessar-fogo

Mistura: "O único caminho rumo à paz na Síria é por meio de uma solução política através de negociações sob o amparo da ONU" (Pierre Albouy/Reuters)

Mistura: "O único caminho rumo à paz na Síria é por meio de uma solução política através de negociações sob o amparo da ONU" (Pierre Albouy/Reuters)

E

EFE

Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 16h29.

Astana - O enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, exaltou nesta terça-feira a "coragem política" do regime de Bashar al Assad e da oposição síria por se sentarem à mesma mesa de negociações em Astana.

"É preciso ter coragem política para ficar na mesma sala e ouvir as reivindicações do outro", disse De Mistura em entrevista coletiva.

O emissário das Nações Unidas destacou que as partes confirmaram que têm como "imediata prioridade" reforçar o cessar-fogo, já que "o povo sírio precisa muito do fim deste brutal e sangrento conflito".

"Precisamos do cessar-fogo. Já houve dois e este é o terceiro. Não podemos colocá-lo a perder", ressaltou, que lembrou que o objetivo da reunião em Astana era exatamente "consolidar a trégua".

De Mistura também classificou como "muito importante" e "passo concreto" o cumprimento da resolução 2236 e de Rússia, Turquia e Irã de estabelecerem um mecanismo para supervisionar o respeito do cessar-fogo.

"A ONU está disposta a colaborar com as partes para desenvolver esse mecanismo e assegurar que ajude a reforçar a qualidade do cessar-fogo", afirmou.

De Mistura adiantou que russos, turcos e iranianos se reunirão de novo em Astana no início de fevereiro para pactuar os parâmetros desse mecanismo de controle.

Para o emissário, a consolidação da trégua ajudará a combater o terrorismo na Síria, mas também a garantir um acesso ininterrupto à ajuda humanitária.

Além disso, o enviado da ONU disse acreditar que a reunião de Astana criou as condições para conseguir avanços na próxima rodada de negociações de paz, convocada para 8 de fevereiro, em Genebra.

"O único caminho rumo à paz na Síria é por meio de uma solução política através de negociações sob o amparo da ONU", insistiu.

De Mistura lembrou que é importante que as delegações presentes em Bruxelas estejam dispostas a se comprometer de maneira construtiva em aspectos relativos ao futuro governo, Constituição e eleições no país árabe.

O enviado das Nações Unidas também parabenizou o Cazaquistão e o governo do presidente Nursultan Nazarbayev pela atuação nas conversas de paz.

"Quero agradecer ao Cazaquistão e seu presidente Nazarbayev por contribuir para a busca pela paz na Síria. Ele fez tudo que pôde para que este encontro tivesse sucesso", afirmou.

Representantes do regime sírio e da oposição participaram ontem e hoje na capital cazaque de conversas com mediação russa e turca para reforçar o cessar-fogo em vigor desde 30 de dezembro, mas não chegaram a estabelecer negociações diretas.

Além disso, também foram a Astana uma delegação iraniana e o enviado da ONU, e esteve presente o embaixador americano em Astana, George A. Krol.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadONUSíria

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame