Cúpula de Minsk estabelece acordo de cessar-fogo para a Ucrânia
O acordo também prevê a retirada de todo o armamento pesado à mesma distância por parte de ambos os lados
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 14h55.
Minsk - Após 15 horas de negociações, os líderes de Rússia, Ucrânia, Alemanha e França conseguiram o que já parecia quase impossível, um acordo de paz para o leste da Ucrânia que pretende pôr fim a dez meses de hostilidades que ameaçam a estabilidade de toda a Europa.
O presidente russo, Vladimir Putin , deu uma entrevista nesta quinta-feira no Palácio da Independência de Minsk, em Belarus, para anunciar que os líderes tinham chegado a um acordo de cessar-fogo para o leste da Ucrânia a partir do próximo domingo.
'Chegamos a um acordo sobre o que é importante', disse Putin, que explicou que a trégua deve entrar em vigor a partir do primeiro minuto do dia 15 de fevereiro, no horário da Ucrânia (20h do dia 14 de fevereiro em Brasília).
O presidente francês, François Hollande, disse a um grupo de jornalistas que foi combinada uma regulação política para esse conflito, que já provocou quase seis mil mortes . Segundo ele, o acordo 'foi um alívio para a Europa e uma esperança para a Ucrânia'.
A negociação durou uma noite inteira de conversas entre ambos os líderes, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko.
A reunião foi marcada pela tensão em alguns momentos e, a julgar pelas poucas imagens registradas, o representante do Kremlin estava sozinho contra todos.
Poroshenko, que apareceu sempre acompanhado por Merkel e Hollande, não escondeu a dureza do encontro ao comentar que 'não foi nada fácil' chegar ao acordo.
'Foram colocados todos os tipos de condições inaceitáveis: concessões, retiradas', declarou o líder ucraniano à imprensa.
O texto estipulado entre todas as partes tem como objetivo a aplicação dos acordos de paz assinados em Minsk em setembro de 2014.
O documento, que foi assinado pelo chamado Grupo de Contato - representantes de Kiev e dos separatistas pró-Rússia, com a Rússia e a OSCE como mediadores - e aprovado verbalmente pelos quatro líderes, é um primeiro passo para a regulação global, por isso as perguntas foram respondidas com um tom de prudência.
Merkel revelou que não há mais ilusões e afirmou que agora é necessário que sejam cumpridas as medidas estabelecidas no documento.
'No fim, o presidente Putin fez pressão sobre os separatistas para que aceitassem declarar um cessar-fogo desde a meia-noite do domingo', disse Merkel.
Hollande também se mostrou cauteloso e ressaltou que as próximas horas serão determinantes para o sucesso ou o fracasso da iniciativa, considerando o momento como 'crucial'.
Anfitrião da cúpula, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que 'ao longo da história foram elaborados muitos documentos, mas o principal é cumpri-los'.
Putin atribuiu o atraso do acordo ao fato de as autoridades de Kiev se negarem a fazer contatos diretos com os separatistas pró-Rússia do leste do país.
'Apesar de não serem reconhecidas (as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk), é preciso encarar a vida real, e se quiserem chegar a um acordo durável e construir relações é preciso fazer contatos diretos', disse.
Além do cessar-fogo que entrará em vigor no domingo, o acordo prevê a retirada de todo o armamento pesado à mesma distância por parte de ambos os lados para a criação de uma zona de segurança.
Para as milícias pró-Rússia, a referência será a linha de separação estipulada em Minsk em setembro de 2014, o que significa um retrocesso em relação as suas atuais posições, um processo que deverá ser monitorado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Também deverá ser iniciado um diálogo para a convocação de eleições locais nas zonas sob controle rebelde, uma anistia geral para todos os participantes do conflito, a libertação de todos os reféns e a troca de prisioneiros de guerra.
Kiev terá de retomar os pagamentos sociais, previdência e serviços bancários nas zonas rebeldes, e em troca restabelecerá o pleno controle da fronteira russo-ucraniana na zona de conflito até o fim de 2015.
Outro ponto do documento exige a retirada e o desarmamento de todas a tropas armadas estrangeiras e mercenários do território da Ucrânia.
No plano político, precisará ocorrer uma reforma constitucional para a descentralização da Ucrânia, embora não se fale de uma federalização, que era uma das exigências de Moscou.
Poucas horas antes de os líderes reunidos em Minsk partirem, as autoridades ucranianas denunciaram que 50 tanques, 40 lançadores de mísseis e outros veículos blindados cruzaram a fronteira russa e se estabeleceram no território ucraniano.
Minsk - Após 15 horas de negociações, os líderes de Rússia, Ucrânia, Alemanha e França conseguiram o que já parecia quase impossível, um acordo de paz para o leste da Ucrânia que pretende pôr fim a dez meses de hostilidades que ameaçam a estabilidade de toda a Europa.
O presidente russo, Vladimir Putin , deu uma entrevista nesta quinta-feira no Palácio da Independência de Minsk, em Belarus, para anunciar que os líderes tinham chegado a um acordo de cessar-fogo para o leste da Ucrânia a partir do próximo domingo.
'Chegamos a um acordo sobre o que é importante', disse Putin, que explicou que a trégua deve entrar em vigor a partir do primeiro minuto do dia 15 de fevereiro, no horário da Ucrânia (20h do dia 14 de fevereiro em Brasília).
O presidente francês, François Hollande, disse a um grupo de jornalistas que foi combinada uma regulação política para esse conflito, que já provocou quase seis mil mortes . Segundo ele, o acordo 'foi um alívio para a Europa e uma esperança para a Ucrânia'.
A negociação durou uma noite inteira de conversas entre ambos os líderes, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko.
A reunião foi marcada pela tensão em alguns momentos e, a julgar pelas poucas imagens registradas, o representante do Kremlin estava sozinho contra todos.
Poroshenko, que apareceu sempre acompanhado por Merkel e Hollande, não escondeu a dureza do encontro ao comentar que 'não foi nada fácil' chegar ao acordo.
'Foram colocados todos os tipos de condições inaceitáveis: concessões, retiradas', declarou o líder ucraniano à imprensa.
O texto estipulado entre todas as partes tem como objetivo a aplicação dos acordos de paz assinados em Minsk em setembro de 2014.
O documento, que foi assinado pelo chamado Grupo de Contato - representantes de Kiev e dos separatistas pró-Rússia, com a Rússia e a OSCE como mediadores - e aprovado verbalmente pelos quatro líderes, é um primeiro passo para a regulação global, por isso as perguntas foram respondidas com um tom de prudência.
Merkel revelou que não há mais ilusões e afirmou que agora é necessário que sejam cumpridas as medidas estabelecidas no documento.
'No fim, o presidente Putin fez pressão sobre os separatistas para que aceitassem declarar um cessar-fogo desde a meia-noite do domingo', disse Merkel.
Hollande também se mostrou cauteloso e ressaltou que as próximas horas serão determinantes para o sucesso ou o fracasso da iniciativa, considerando o momento como 'crucial'.
Anfitrião da cúpula, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que 'ao longo da história foram elaborados muitos documentos, mas o principal é cumpri-los'.
Putin atribuiu o atraso do acordo ao fato de as autoridades de Kiev se negarem a fazer contatos diretos com os separatistas pró-Rússia do leste do país.
'Apesar de não serem reconhecidas (as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk), é preciso encarar a vida real, e se quiserem chegar a um acordo durável e construir relações é preciso fazer contatos diretos', disse.
Além do cessar-fogo que entrará em vigor no domingo, o acordo prevê a retirada de todo o armamento pesado à mesma distância por parte de ambos os lados para a criação de uma zona de segurança.
Para as milícias pró-Rússia, a referência será a linha de separação estipulada em Minsk em setembro de 2014, o que significa um retrocesso em relação as suas atuais posições, um processo que deverá ser monitorado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Também deverá ser iniciado um diálogo para a convocação de eleições locais nas zonas sob controle rebelde, uma anistia geral para todos os participantes do conflito, a libertação de todos os reféns e a troca de prisioneiros de guerra.
Kiev terá de retomar os pagamentos sociais, previdência e serviços bancários nas zonas rebeldes, e em troca restabelecerá o pleno controle da fronteira russo-ucraniana na zona de conflito até o fim de 2015.
Outro ponto do documento exige a retirada e o desarmamento de todas a tropas armadas estrangeiras e mercenários do território da Ucrânia.
No plano político, precisará ocorrer uma reforma constitucional para a descentralização da Ucrânia, embora não se fale de uma federalização, que era uma das exigências de Moscou.
Poucas horas antes de os líderes reunidos em Minsk partirem, as autoridades ucranianas denunciaram que 50 tanques, 40 lançadores de mísseis e outros veículos blindados cruzaram a fronteira russa e se estabeleceram no território ucraniano.