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Cuba violou embargo de armas rumo à Coreia do Norte, diz ONU

"Tanto o próprio envio como a transação entre Cuba e a República Popular da Coreia foram uma violação das sanções", diz o relatório anual da ONU

Cuba: para especialistas, provas apontam para intenção clara e consciente de infringir resoluções da ONU que proíbem venda de armas ao regime de Pyongyang (AFP)
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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 20h42.

Nações Unidas - Cuba violou o embargo de armas que pesa sobre a Coreia do Norte com o envio da carga que estava escondida em um navio que foi retido em 2013 no Panamá, segundo um relatório de especialistas da ONU publicado nesta terça-feira.

"Tanto o próprio envio como a transação entre Cuba e a República Popular da Coreia foram uma violação das sanções", diz o relatório anual sobre o cumprimento do embargo ao país asiático.

Os especialistas das Nações Unidas colocam em dúvida, além disso, que se trate de uma armamento "obsoleto" que seria enviado para a Coreia do Norte para ser reparado e posteriormente devolvido à ilha, como afirmou o governo cubano.

Segundo afirmam, a maior parte das armas estava em bom estado e os documentos encontrados junto a elas indicavam que os equipamentos funcionavam "de acordo com as especificações e tinham sido calibrados justo antes do empacotamento".

Além disso, parte do armamento estava "sem uso ou ainda em seus envoltórios originais", como por exemplo certos componentes de mísseis ainda nas embalagens originais facilitadas pela União Soviética.

Para os especialistas, as provas "apontam para uma intenção clara e consciente de infringir as resoluções" da ONU que proíbem a venda de armas ao regime de Pyongyang.

Entre elas destacam-se os "extraordinários e amplos esforços para ocultar a carga de armas" e as instruções achadas a bordo para falsificar uma declaração de entrada ao canal do Panamá em caso de necessidade.

O cargueiro "Chong Chon Gang" foi retido em julho pelo Panamá e o armamento, que estava escondido sob uma carga de açúcar, incluía, segundo o relatório, seis veículos associados com sistemas de mísseis terra-ar e 25 contêineres carregados com as peças de dois caças Mig-21.


Também havia 15 motores para esse tipo de aviões, componentes de sistemas de mísseis, munição e outros equipamentos militares.

Segundo o relatório da ONU, se trata da maior quantidade de armas proibidas pelas sanções internacionais para Coreia do Norte ou procedentes desse país desde que o embargo foi imposto.

Além disso, os especialistas assinalam que há provas da participação da embaixada norte-coreana em Havana na gestão do envio e assinalam que Cuba se negou a revelar a identidade das entidades envolvidas na operação.

As conclusões fazem parte do relatório anual sobre o cumprimento das sanções rumo a Coreia do Norte, enquanto o texto detalhado da investigação figura em um documento confidencial que não será publicado, segundo indicaram à Agência Efe fontes diplomáticas.

O navio "Chong Chon Gang" deixou Panamá em 14 de fevereiro com destino a Havana, após sete meses de detenção por ter tentado transitar pelo Canal com a carga militar não declarado.

O comitê da ONU encarregado de supervisionar as sanções rumo à Coreia do Norte, enquanto isso, tem aberta uma discussão sobre o caso e as possíveis consequências.

O processo, no entanto, não tem um calendário claro para sua finalização, segundo indicou hoje à Agência Efe um porta-voz de Luxemburgo, país que preside atualmente esse comitê.

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Nações Unidas - Cuba violou o embargo de armas que pesa sobre a Coreia do Norte com o envio da carga que estava escondida em um navio que foi retido em 2013 no Panamá, segundo um relatório de especialistas da ONU publicado nesta terça-feira.

"Tanto o próprio envio como a transação entre Cuba e a República Popular da Coreia foram uma violação das sanções", diz o relatório anual sobre o cumprimento do embargo ao país asiático.

Os especialistas das Nações Unidas colocam em dúvida, além disso, que se trate de uma armamento "obsoleto" que seria enviado para a Coreia do Norte para ser reparado e posteriormente devolvido à ilha, como afirmou o governo cubano.

Segundo afirmam, a maior parte das armas estava em bom estado e os documentos encontrados junto a elas indicavam que os equipamentos funcionavam "de acordo com as especificações e tinham sido calibrados justo antes do empacotamento".

Além disso, parte do armamento estava "sem uso ou ainda em seus envoltórios originais", como por exemplo certos componentes de mísseis ainda nas embalagens originais facilitadas pela União Soviética.

Para os especialistas, as provas "apontam para uma intenção clara e consciente de infringir as resoluções" da ONU que proíbem a venda de armas ao regime de Pyongyang.

Entre elas destacam-se os "extraordinários e amplos esforços para ocultar a carga de armas" e as instruções achadas a bordo para falsificar uma declaração de entrada ao canal do Panamá em caso de necessidade.

O cargueiro "Chong Chon Gang" foi retido em julho pelo Panamá e o armamento, que estava escondido sob uma carga de açúcar, incluía, segundo o relatório, seis veículos associados com sistemas de mísseis terra-ar e 25 contêineres carregados com as peças de dois caças Mig-21.


Também havia 15 motores para esse tipo de aviões, componentes de sistemas de mísseis, munição e outros equipamentos militares.

Segundo o relatório da ONU, se trata da maior quantidade de armas proibidas pelas sanções internacionais para Coreia do Norte ou procedentes desse país desde que o embargo foi imposto.

Além disso, os especialistas assinalam que há provas da participação da embaixada norte-coreana em Havana na gestão do envio e assinalam que Cuba se negou a revelar a identidade das entidades envolvidas na operação.

As conclusões fazem parte do relatório anual sobre o cumprimento das sanções rumo a Coreia do Norte, enquanto o texto detalhado da investigação figura em um documento confidencial que não será publicado, segundo indicaram à Agência Efe fontes diplomáticas.

O navio "Chong Chon Gang" deixou Panamá em 14 de fevereiro com destino a Havana, após sete meses de detenção por ter tentado transitar pelo Canal com a carga militar não declarado.

O comitê da ONU encarregado de supervisionar as sanções rumo à Coreia do Norte, enquanto isso, tem aberta uma discussão sobre o caso e as possíveis consequências.

O processo, no entanto, não tem um calendário claro para sua finalização, segundo indicou hoje à Agência Efe um porta-voz de Luxemburgo, país que preside atualmente esse comitê.

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