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Cuba satisfeita com decisão da UE de normalizar relações

"Ambas as partes iniciarão quanto antes o processo, com espírito construtivo e de respeito mútuo", disse a União Europeia

Bruno Rodríguez: Cuba acolheu com satisfação a decisão da União Europeia de normalizar os laços com a ilha, declarou nesta quinta o chanceler cubano (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 21h16.

Cuba acolheu com satisfação a decisão da União Europeia (UE) de normalizar os laços com a ilha, depois de uma década de desencontros e sanções, declarou nesta quinta-feira o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

"Cuba acolhe com satisfação esta proposta de 10 de fevereiro da alta representante (da UE, Catherine Ashton), que significa o fim das políticas unilaterais da União Europeia sobre Cuba e aceita o início de negociações a respeito, o que acabamos de informar ao embaixador da União Europeia em Havana", Herman Portocarero, disse Rodríguez em coletiva de imprensa.

Ele acrescentou que Havana "atuará no processo que se aproxima de forma construtiva e considera que os princípios enunciados (...) têm plena vigência e devem continuar sendo referente em nossas relações".

Esses princípios, disse, são "caráter incondicional, recíproco e não discriminatório, pleno respeito a mesma soberana dos estados ao marco jurídico e institucional das partes e em total apego ao princípio de não ingerência nos assuntos internos dos estados".

A delegação da UE em Havana respondeu em um comunicado enviado à AFP que "acolhe com grande satisfação a decisão positiva do Governo de Cuba de seguir em frente com o processo de negociação e seu interesse em retomar o diálogo político ao nível ministerial".

"Ambas as partes iniciarão quanto antes o processo, com espírito construtivo e de respeito mútuo", disse a UE.

Questionado sobre se considera que a decisão da UE envia uma mensagem aos Estados Unidos, Rodríguez disse que "é correta a decisão da União Europeia demonstra que as políticas unilaterais não funcionam e não tem lugar na época atual".

O chanceler disse que seu Governo está disposto a tratar com a UE "qualquer tema, incluindo o tema dos direitos humanos", pois Havana se "preocupa" sobre o que ocorre nesse tema em vários países do bloco.

Rodríguez também abordou as atuais crises na Ucrânia e na Venezuela.


O chanceler rejeitou ao novo Governo instalado na Ucrânia após os acontecimentos violentos que disse, foram instigados pelos Estados Unidos e seus aliados da OTAN, e classificou de "hipocrisia" e "dois pesos e duas medidas" as justificativas de suas ações.

"Não se pode aceitar a derrubada violenta de um Governo constitucional ao preço de dezenas de mortos e feridos, mediante uma intervenção dos Estados Unidos e alguns de seus aliados da OTAN", disse.

"A tentativa de estender a OTAN até as fronteiras da Federação Russa constitui uma grave ameaça à paz, à segurança e à estabilidade internacionais", afirmou.

Rodríguez informou que "quem hoje ameaça com sanções e represálias a Federação Russa são os governos que precipitaram uma mudança de regime na Ucrânia e antes, lançaram guerras de conquista, interferem ou intervêm diretamente nos assuntos internos de diferentes Estados que não convêm a seus interesses de dominação e defendem sua soberania e independência".

O chefe da diplomacia cubana negou categoricamente que haja uma negociação em curso entre seu país e a Rússia para estabelecer uma base militar russa na ilha.

"Não há nenhuma negociação, não estou informado de nenhuma iniciativa" a respeito, disse.

Por outro lado, criticou as "tentativas de ingerência" da Organização dos Estados Americanos (OEA) na crise na Venezuela e reiterou sua "invariável" solidariedade com o governo do presidente Nicolás Maduro.

"Desejo expressar nossa enérgica condenação às resoluções (sobre a Venezuela) aprovadas pelo Senado e a Câmara dos Estados Unidos e às tentativas de ingerência da Organização dos Estados Americanos, a qual, como se sabe, Cuba jamais retornará", disse.

Ele anunciou que "os colaboradores cubanos (sobretudo, médicos que trabalham na Venezuela) continuarão cumprindo seu dever e compartilhando a sorte do heróico povo venezuelano sob qualquer circunstância".

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Cuba acolheu com satisfação a decisão da União Europeia (UE) de normalizar os laços com a ilha, depois de uma década de desencontros e sanções, declarou nesta quinta-feira o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

"Cuba acolhe com satisfação esta proposta de 10 de fevereiro da alta representante (da UE, Catherine Ashton), que significa o fim das políticas unilaterais da União Europeia sobre Cuba e aceita o início de negociações a respeito, o que acabamos de informar ao embaixador da União Europeia em Havana", Herman Portocarero, disse Rodríguez em coletiva de imprensa.

Ele acrescentou que Havana "atuará no processo que se aproxima de forma construtiva e considera que os princípios enunciados (...) têm plena vigência e devem continuar sendo referente em nossas relações".

Esses princípios, disse, são "caráter incondicional, recíproco e não discriminatório, pleno respeito a mesma soberana dos estados ao marco jurídico e institucional das partes e em total apego ao princípio de não ingerência nos assuntos internos dos estados".

A delegação da UE em Havana respondeu em um comunicado enviado à AFP que "acolhe com grande satisfação a decisão positiva do Governo de Cuba de seguir em frente com o processo de negociação e seu interesse em retomar o diálogo político ao nível ministerial".

"Ambas as partes iniciarão quanto antes o processo, com espírito construtivo e de respeito mútuo", disse a UE.

Questionado sobre se considera que a decisão da UE envia uma mensagem aos Estados Unidos, Rodríguez disse que "é correta a decisão da União Europeia demonstra que as políticas unilaterais não funcionam e não tem lugar na época atual".

O chanceler disse que seu Governo está disposto a tratar com a UE "qualquer tema, incluindo o tema dos direitos humanos", pois Havana se "preocupa" sobre o que ocorre nesse tema em vários países do bloco.

Rodríguez também abordou as atuais crises na Ucrânia e na Venezuela.


O chanceler rejeitou ao novo Governo instalado na Ucrânia após os acontecimentos violentos que disse, foram instigados pelos Estados Unidos e seus aliados da OTAN, e classificou de "hipocrisia" e "dois pesos e duas medidas" as justificativas de suas ações.

"Não se pode aceitar a derrubada violenta de um Governo constitucional ao preço de dezenas de mortos e feridos, mediante uma intervenção dos Estados Unidos e alguns de seus aliados da OTAN", disse.

"A tentativa de estender a OTAN até as fronteiras da Federação Russa constitui uma grave ameaça à paz, à segurança e à estabilidade internacionais", afirmou.

Rodríguez informou que "quem hoje ameaça com sanções e represálias a Federação Russa são os governos que precipitaram uma mudança de regime na Ucrânia e antes, lançaram guerras de conquista, interferem ou intervêm diretamente nos assuntos internos de diferentes Estados que não convêm a seus interesses de dominação e defendem sua soberania e independência".

O chefe da diplomacia cubana negou categoricamente que haja uma negociação em curso entre seu país e a Rússia para estabelecer uma base militar russa na ilha.

"Não há nenhuma negociação, não estou informado de nenhuma iniciativa" a respeito, disse.

Por outro lado, criticou as "tentativas de ingerência" da Organização dos Estados Americanos (OEA) na crise na Venezuela e reiterou sua "invariável" solidariedade com o governo do presidente Nicolás Maduro.

"Desejo expressar nossa enérgica condenação às resoluções (sobre a Venezuela) aprovadas pelo Senado e a Câmara dos Estados Unidos e às tentativas de ingerência da Organização dos Estados Americanos, a qual, como se sabe, Cuba jamais retornará", disse.

Ele anunciou que "os colaboradores cubanos (sobretudo, médicos que trabalham na Venezuela) continuarão cumprindo seu dever e compartilhando a sorte do heróico povo venezuelano sob qualquer circunstância".

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