O arquiteto Oscar Niemeyer observa maquete: Em uma mensagem enviada a Castro em 2011 por seus 85 anos, Niemeyer o classificou como seu "companheiro de sempre" (Arquivo ABr)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 16h13.
Havana - Cuba lamentou nesta quinta-feira a morte do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, destacando-o como um "incondicional e grande amigo" da ilha, da revolução cubana e de seu líder histórico, Fidel Castro.
"Niemeyer, grande amigo de Cuba, da Revolução e de Fidel, morreu nesta quarta-feira aos 104 anos", afirmou o jornal oficial Granma, ao ressaltar que o arquiteto esteve comprometido e foi coerente com a ideologia comunista "até o fim de seus dias".
O jornal do Partido Comunista (único) destacou uma frase com a qual o artista mostrou sua fidelidade a esta ideologia: "Nunca me calarei. Nunca esconderei minhas convicções comunistas. E quem me procura como arquiteto conhece minhas concepções ideológicas".
Fidel Castro, de 86 anos, afastado do poder desde 2006 por razões de saúde, e Niemeyer estiveram unidos por uma velha amizade sustentada por sua identificação política e ideológica.
O jornal Juventude Rebelde também ressaltou que Niemeyer, "incondicional amigo de Cuba e do Comandante em chefe Fidel Castro", deixou na ilha o monumento "Uma bandeira frente a um império", que simboliza "a resistência do povo cubano diante das agressões dos Estados Unidos".
A escultura, que representa um monstro de boca aberta e um cubano com a bandeira em punho enfrentando-o, foi oferecida de presente pelo arquiteto a Castro em 2006, por ocasião de seu aniversário de 80 anos, e inaugurada dois anos depois na Universidade de Ciências Informáticas, localizada no oeste de Havana.
Em uma mensagem enviada a Castro em 2011 por seus 85 anos, Niemeyer, que também foi um tenaz crítico do embargo que os Estados Unidos aplicam contra Cuba desde 1962, o classificou como seu "companheiro de sempre".