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Cuba amplia trabalho privado com 18 novas profissões

Mais de 463.000 cubanos ganham a vida atualmente como trabalhadores por conta própria


	Consumidora escolhe produto: três resoluções ditadas nesta quinta-feira incluem um rígido regulamento para o trabalho por conta própria, com o objetivo de evitar ilegalidades
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Consumidora escolhe produto: três resoluções ditadas nesta quinta-feira incluem um rígido regulamento para o trabalho por conta própria, com o objetivo de evitar ilegalidades (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 15h23.

O governo de Raúl Castro ampliou nesta quinta-feira o trabalho privado com 18 novas profissões, entre eles o de agente imobiliário, legalizando atividades que eram realizadas em Cuba de forma ilegal, informou o jornal oficial Granma.

Com esta ampliação, que também inclui vendedor atacadista de produtos agrícolas e agente de serviços e equipamentos de telecomunicações, são 201 os ofícios autônomos autorizados na ilha no âmbito das reformas econômicas de Raúl Castro.

"O objetivo destes ajustes é continuar desenvolvendo as atividades não estatais, buscar um clima de confiança e legalidade no exercício desta forma de gestão nascida para gerar empregos, elevar a oferta de bens e serviços à população e permitir que o Estado se concentre em atividades transcendentes para o desenvolvimento econômico", disse o Granma.

Mais de 463.000 cubanos ganham a vida atualmente como trabalhadores por conta própria, entre os quais figuram donos e funcionários de restaurantes privados ou "paladares", cabeleireiros, eletricistas e mecânicos, entre outros.

As três resoluções ditadas nesta quinta-feira, que incluem um rígido regulamento para o trabalho por conta própria, com o objetivo de evitar ilegalidades, também autorizam os ofícios de agente postal, gerente de alojamento por aluguel de casas e reparador de instrumentos de medição.


Reconversão de funcionários estatais

Também foram autorizadas as profissões de vendedor atacadista e varejista de produtos agrícolas, lanterneiro, elaborador-vendedor de sabão, betume, tintas, artigos de mármore e de serviços de construção, reparação e manutenção de imóveis.

A profissão de agente imobiliário, conhecido popularmente como "corretor de permutas", era realizada de forma ilegal há décadas na ilha, mas ganhou importância depois que Raúl Castro autorizou, há dois anos, a compra e venda de casas, que esteve proibida durante décadas.

O mesmo acontece com os vendedores de produtos agrícolas, cuja formalização acontece em um momento que o governo busca destravar a produção e distribuição de alimentos, como parte de uma reforma que incluiu a entrega de 1,5 milhão de hectare de terras ociosas em usufruto a mais de 170.000 agricultores privados e cooperativados.

Outras atividades como a de reparador de instrumentos de medição ou agente postal, foram autorizados no o marco do processo de reconversão de empregos estatais em trabalhadores privados.

O governo criou recentemente 200 cooperativas a partir de antigas empresas estatais, principalmente de construção, transporte, comércio, gastronomia e serviços de reciclagem e recuperação de matérias-primas, com a finalidade de liberar o Estado de trabalhos em que foi ineficiente em cinco décadas.

O assessor do Ministério do Trabalho, José Barreiro, explicou à Granma que as medidas ditadas nesta quinta-feira também buscam "evitar algumas deformações que ocorreram" em "determinadas atividades", como a de modista ou alfaiate, que se dedicam a vender roupa importada, apesar de só estarem autorizados a confeccioná-la ou consertá-la.

A ampliação do trabalho privado, com a qual o governo busca reduzir uma folha de pagamento inchada de cinco milhões de funcionários estatais, foi lançada por Raúl Castro em 2010 para tentar tornar mais eficiente o esgotado modelo econômico centralizado, de cunho soviético, que a ilha seguiu por meio século.

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