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Cristina Kirchner será investigada por lavagem de dinheiro

Após delação premiada, justiça argentina vai investigar a ex-presidenta Cristina Kirchner, por suspeita de lavagem de dinheiro

A presidente argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

A presidente argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2016 às 20h46.

A Justiça argentina vai investigar a ex-presidenta Cristina Kirchner, por suspeita de lavagem de dinheiro.  O pedido foi feito neste sábado (9) pelo promotor Guillermo Marijuan, apos ouvir uma testemunha que fez delação premiada.

Cristina Kirchner fora intimada para depor, no próximo dia 13, sobre outro caso: a venda de dólares no mercado futuro, feita pelo Banco Central no final de seu mandato. A operação teria causado prejuízo aos cofres públicos equivalente a 7,3 bilhões de reais. A ex-presidenta é suspeita também de malversação de fundos.

Simpatizantes da Frente para a Vitória (FPV) –  que esteve no poder durante os governos de Nestor Kirchner (2003-2007) e de sua viúva e sucessora Cristina Kirchner (2007-2015) – convocaram marcha de protesto para quarta-feira (13). Eles prometem ir às ruas para “defender” a ex-presidenta, antes mesmo de saber que ela seria envolvida numa segunda investigação.

O caso de lavagem de dinheiro vem se arrastando há anos. Em 2013, o financista Leonardo Farina contou em programa de televisão que tinha ajudado a enviar milhões de euros do empresário Lazaro Baez à Suíça. Baez – que enriqueceu durante os governos Kirchner e é suspeito de ser testa de ferro da família – está preso.

Na sexta-feira (8),  Farina prestou depoimento de quase 12 horas. Hoje (9), o promotor Marijuan pediu que Cristina Kirchner e seu ex-ministro do Planejamento, Júlio de Vido,sejam investigados por lavagem de dinheiro.

Maurício Macri

As investigações também ameaçam o presidente Maurício Macri. Ontem, os advogados do presidente, que assumiu em dezembro, apresentaram documentos à Justiça sobre a participação dele em empresas offshore da família. Ele aparece como diretor da Fleg Trading (que funcionou de 1998 até o final de 2008, nas Bahamas) e da Kagemusha (aberta em 1981 no Panamá).

A existência da Fleg Trading veio à tona com a publicação da Panamá Papers – uma operação, envolvendo 376 jornalistas de 76 países, que vazou 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, especializado em abrir sociedades em paraísos fiscais. A investigação mostrava que Macri não declarou a empresa em 2008 e 2009, quando era prefeito de Buenos Aires.

O presidente explicou – por meio de seus assessores, em entrevista a um jornal, e em discurso na televisão – que nunca foi acionista das empresas; que elas foram declaradas por seu pai, o empresário Franco Macri; e que ele nada tem a ocultar. Mas a oposição questiona Macri, que foi eleito prometendo um governo transparente e de combate à corrupção.

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