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Cristina Kirchner, candidata a vice, é julgada por corrupção

A ex-presidente argentina é acusada de ter participado de esquemas de desvios de dinheiro em obras públicas durante sua gestão

Kirchner: uma eventual prisão da ex-presidente teria que ser referendada pelo Senado (Martin Acosta/Reuters)

Kirchner: uma eventual prisão da ex-presidente teria que ser referendada pelo Senado (Martin Acosta/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2019 às 06h34.

Última atualização em 21 de maio de 2019 às 06h48.

A três meses das primárias da eleição argentina, que começarão a partir de agosto, a ex-presidente do país e candidata a vice-presidente no próximo pleito, Cristina Kirchner, começará a ser julgada por um caso de corrupção a partir desta terça-feira, 21. Kirchner é acusada de ter participado de esquemas de desvios de dinheiro em obras públicas durante sua gestão, e hoje deverá ir pessoalmente à justiça prestar depoimento sobre o caso.

Além do processo de hoje, que investiga a ex-presidente por liderar supostos desvios de dinheiro público em de obras realizadas pelo Grupo Austral, que pertence a um empresário ligado a sua família, Kirchner também é ré ou acusada em pelo menos outros 11 casos de corrupção.

A ex-presidente nega as acusações e atribui os processos a uma perseguição política para tirá-la das disputas pelo poder na Argentina. Por ser senadora desde 2017, Kirchner possui foro especial, e, se for condenada, só pode ser presa depois da apreciação do processo pelo Senado. Em outras situações, Kirchner já teve a prisão preventiva decretada pela justiça, mas seus colegas senadores nunca votaram pela execução da pena, o que indica que, neste momento, sua prisão é improvável.

Outro ponto até então considerado improvável e que chocou os argentinos do último sábado foi a desistência de Kirchner em concorrer diretamente à presidência, cargo que ocupou entre 2007 e 2015. Em vez disso, Kirchner lançou-se como candidata a vice, formando uma chapa com seu ex-chefe de gabinete, Alberto Fernández.

Em pesquisas recentes, ela aparecia à frente do atual presidente, Mauricio Macri, em uma simulação de segundo turno. Mesmo nesse cenário, Kirchner fez um pronunciamento dizendo que “a situação da cidade e do país é dramática” e que está   “convencida que esta chapa é a que melhor expressa o que é necessário neste momento da Argentina”.

As primárias das eleições argentinas acontecem em agosto na maioria das províncias, enquanto o primeiro turno presidencial acontece em 28 de outubro, e um eventual segundo turno em 24 de novembro. Nas pesquisas mais recentes, Macri, do partido Cambiemos, está pelo menos cinco pontos percentuais atrás de Kirchner (do peronista Unidad Ciudadana), embora a rejeição a ambos seja alta. 

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