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Crise no Japão pode adiar retomada da demanda de energia

Danos à infraestrutura no país arrasado pelos desastres naturais são barreira para entrada de combustível e matéria prima dos fornecedores estrangeiros

A terceira maior economia do mundo luta para restabelecer o fornecimento de energia (Kiyoshi Ota/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2011 às 17h15.

Nova York - O Japão precisa urgentemente importar carvão, gás natural liquefeito e produtos derivados do petróleo para restabelecer o consumo de energia, mas os danos aos tanques de armazenamento, portos e refinarias tornam o país incapaz de absorver todo o combustível e matéria-prima que os fornecedores estrangeiros possam querer enviar.

A terceira maior economia do mundo luta para restabelecer o fornecimento de energia, enquanto blecautes afetam cinco milhões de residências, e aumentar a disponibilidade de gasolina para pôr fim às filas nos postos de combustíveis depois que o terremoto seguido de tsunami derrubou prédios, fábricas e portos.

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O país tomou medidas como a solicitação de combustíveis à vizinha Coreia do Sul, buscou mais carregamentos de gás natural liquefeito e aumentou as compras no mercado de pronta entrega, enquanto procura por formas de reparar a destruição estimada em até 200 bilhões de dólares.

Mas os consumidores finais permanecem fora de alcance em razão dos danos à infraestrutura, mesmo que os fornecimentos cheguem até os portos.

"Acreditamos que a recuperação geral talvez não seja observada no Japão em questão de anos, já que a restauração total exigirá uma coordenação massiva passando por vários setores -- energia, indústria, residencial, comercial e infraestrutura pública", disse Erwin Chan, consultor da FACTS Global Energy.

"O reinício das operações em alguns setores poderá ser feito em questão de dias, mas atingir a produção dos níveis originais levará tempo." O país será capaz de retomar a produção de derivados de petróleo de 3,4 milhões de barris por dia (bpd) até o fim de março, num nível acima da demanda interna, quando as refinarias inativas retomarem a operação, mas as interrupções nas rotas de distribuição permanecem um gargalo importante, disse Akihiko Tembo, presidente da Associação do Petróleo do Japão.

O terremoto foi o quinto mais forte a atingir o planeta em um século. Ele superou o Grande Terremoto de Kanto de 1 de setembro de 1923, que teve uma magnitude de 7,9 e matou mais de 140 mil pessoas na região de Tóquio.

Empresas internacionais, indo de fabricantes de semicondutores a companhias da construção naval, enfrentam distúrbios nas operações depois que o terremoto destruiu a infraestrutura vital, danificou portos e derrubou fábricas que produzem de tudo, dos componentes da alta tecnologia ao aço.

"Sem dúvida, no curto prazo é provável observar um impacto adverso na demanda", disse Amrita Sem, analista da Barclays Capital.

"Com as principais fontes da redução genuína de demanda sendo o fechamento de usinas térmicas danificadas, a perda de parte da capacidade petroquímica e a redução geral da atividade causada por deslocamentos e danos à infraestrutura econômica." (Reportagem adicional de Jennifer Tan e Florence Tan, em Cingapura; de Rebekah Kebede, em Perth; e de Cho Mee-young, em Seul)

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