Crise na Síria invade agenda do G20 de São Petersburgo
Alguns participantes da reunião do G20 pediram para que sejam discutidos outros problemas da política internacional, em particular a situação na Síria
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2013 às 14h51.
São Petersburgo - O presidente russo, Vladimir Putin , decidiu nesta quinta-feira incluir a crise na Síria na agenda da cúpula do G20 , após as profundas divergências provocadas pela decisão dos Estados Unidos e da França de intervirem militarmente contra o regime de Bashar al-Assad .
Putin atende assim aos pedidos de alguns participantes para que sejam discutidos "outros problemas da política internacional, em particular a situação na Síria", admitiu o anfitrião na abertura do G20 em São Petersburgo.
Estados Unidos e França buscam apoio para "punir" o regime sírio, que é acusado de ter usado armas químicas em um ataque no dia 21 de agosto.
Fortalecido pelo aval da Comissão de Assuntos Exteriores do Senado americano, o presidente Barack Obama, chegou esta tarde em São Petersburgo disposto a convencer seus interlocutores de que a comunidade internacional não pode ficar "calada", como havia advertido na quarta em Estocolmo.
Obama espera a autorização do Congresso, que retoma seus trabalhos segunda-feira, para intervir militarmente na Síria.
Já o presidente francês, François Hollande, espera "avanços políticos" do G20, apesar das divergências com alguns países.
A decisão de Obama dividiu profundamente a comunidade internacional, revivendo os fantasmas da Guerra Fria.
Rússia e China encabeçam a extensa lista de opositores a uma intervenção militar na região, que é por si só explosiva.
Os Estados Unidos "estariam permitindo uma agressão porque tudo que está fora do marco do Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma agressão, a menos que seja em legítima defesa", alertou o presidente russo na quarta.
Para a China, o "único caminho" para resolver a crise é uma solução política. Os chineses recomendam "prudência" aos líderes mundiais, segundo um porta-voz da delegação chinesa em São Petersburgo.
No Vaticano, o papa Francisco demonstrou seu empenho em fazer pressão contra uma intervenção militar na Síria ao enviar uma carta endereçada a Vladimir Putin e convocar os embaixadores do mundo inteiro.
Em sua carta dirigida a Putin em sua qualidade de presidente do G20, que se reúne nesta quinta e na sexta-feira em São Petersburgo, o Papa fala da situação econômica e social no mundo, condena as "matanças inúteis" no Oriente Médio e faz um apelo contra qualquer tipo de solução armada na Síria, segundo indicou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
A Síria tem dominado as acaloradas discussões diplomáticas e bilaterais nos corredores dos hotéis de São Petersburgo, poucas horas antes do início do encontro entre chefes de Estado e de Governo dos países mais ricos e emergentes.
"Sei que a Síria está na cabeça de todos", admitiu o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.
As reuniões devem prosseguir nas próximas horas. Obama se reunirá com François Hollande, que já conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Merkel, que já indicou que seu país não participará de nenhuma coalizão contra a Síria, ressaltou que "a guerra deve acabar, e isso só acontecerá politicamente".
Contudo, não há previsão de um encontro entre Putin e Obama.
Os dois líderes cumprimentaram-se esta tarde com um aperto de mão no Palácio Constantino, na ilha Strelna, 15 km ao sudeste da antiga capital imperial russa.
As relações entre Rússia e Estados Unidos estão estremecidas desde que Moscou concedeu asilo político ao ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana, Edward Snowden , que revelou a existência de um programa de espionagem.
Também são esperados para a cúpula do G20 o mediador internacional da Liga Árabe e da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para promover uma conferência de paz.
"Brahimi participará da cúpula do G20", anunciou o chanceler russo Serguei Lavrov, que se reunirá nesta sexta-feira com seus colegas G20, segundo as agências russas.
Fora de São Petersburgo, a questão da Síria também será tratada entre sexta-feira e sábado pelos ministros das Relações Exteriores da União Europeia na capital lituana, Vilnius, para que a região possa chegar a uma posição comum.
A guerra civil na Síria causou mais de 100.000 mortes em dois anos e meio, e deixou mais de seis milhões de pessoas deslocadas, incluindo dois milhões de refugiados, segundo a ONU.
A Síria tem ofuscado no G20 os países emergentes, que passam por uma turbulência devido à fuga de capitais provocada pelo iminente fim da política de estímulos monetários do Federal Reserve americano para combater a crise financeira.
O BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) fizeram um apelo aos países ricos para que coordenem as políticas de combate à crise para evitar turbulências financeiras que prejudiquem seu crescimento e que desvalorizem suas moedas.
São Petersburgo - O presidente russo, Vladimir Putin , decidiu nesta quinta-feira incluir a crise na Síria na agenda da cúpula do G20 , após as profundas divergências provocadas pela decisão dos Estados Unidos e da França de intervirem militarmente contra o regime de Bashar al-Assad .
Putin atende assim aos pedidos de alguns participantes para que sejam discutidos "outros problemas da política internacional, em particular a situação na Síria", admitiu o anfitrião na abertura do G20 em São Petersburgo.
Estados Unidos e França buscam apoio para "punir" o regime sírio, que é acusado de ter usado armas químicas em um ataque no dia 21 de agosto.
Fortalecido pelo aval da Comissão de Assuntos Exteriores do Senado americano, o presidente Barack Obama, chegou esta tarde em São Petersburgo disposto a convencer seus interlocutores de que a comunidade internacional não pode ficar "calada", como havia advertido na quarta em Estocolmo.
Obama espera a autorização do Congresso, que retoma seus trabalhos segunda-feira, para intervir militarmente na Síria.
Já o presidente francês, François Hollande, espera "avanços políticos" do G20, apesar das divergências com alguns países.
A decisão de Obama dividiu profundamente a comunidade internacional, revivendo os fantasmas da Guerra Fria.
Rússia e China encabeçam a extensa lista de opositores a uma intervenção militar na região, que é por si só explosiva.
Os Estados Unidos "estariam permitindo uma agressão porque tudo que está fora do marco do Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma agressão, a menos que seja em legítima defesa", alertou o presidente russo na quarta.
Para a China, o "único caminho" para resolver a crise é uma solução política. Os chineses recomendam "prudência" aos líderes mundiais, segundo um porta-voz da delegação chinesa em São Petersburgo.
No Vaticano, o papa Francisco demonstrou seu empenho em fazer pressão contra uma intervenção militar na Síria ao enviar uma carta endereçada a Vladimir Putin e convocar os embaixadores do mundo inteiro.
Em sua carta dirigida a Putin em sua qualidade de presidente do G20, que se reúne nesta quinta e na sexta-feira em São Petersburgo, o Papa fala da situação econômica e social no mundo, condena as "matanças inúteis" no Oriente Médio e faz um apelo contra qualquer tipo de solução armada na Síria, segundo indicou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
A Síria tem dominado as acaloradas discussões diplomáticas e bilaterais nos corredores dos hotéis de São Petersburgo, poucas horas antes do início do encontro entre chefes de Estado e de Governo dos países mais ricos e emergentes.
"Sei que a Síria está na cabeça de todos", admitiu o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.
As reuniões devem prosseguir nas próximas horas. Obama se reunirá com François Hollande, que já conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Merkel, que já indicou que seu país não participará de nenhuma coalizão contra a Síria, ressaltou que "a guerra deve acabar, e isso só acontecerá politicamente".
Contudo, não há previsão de um encontro entre Putin e Obama.
Os dois líderes cumprimentaram-se esta tarde com um aperto de mão no Palácio Constantino, na ilha Strelna, 15 km ao sudeste da antiga capital imperial russa.
As relações entre Rússia e Estados Unidos estão estremecidas desde que Moscou concedeu asilo político ao ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA) americana, Edward Snowden , que revelou a existência de um programa de espionagem.
Também são esperados para a cúpula do G20 o mediador internacional da Liga Árabe e da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para promover uma conferência de paz.
"Brahimi participará da cúpula do G20", anunciou o chanceler russo Serguei Lavrov, que se reunirá nesta sexta-feira com seus colegas G20, segundo as agências russas.
Fora de São Petersburgo, a questão da Síria também será tratada entre sexta-feira e sábado pelos ministros das Relações Exteriores da União Europeia na capital lituana, Vilnius, para que a região possa chegar a uma posição comum.
A guerra civil na Síria causou mais de 100.000 mortes em dois anos e meio, e deixou mais de seis milhões de pessoas deslocadas, incluindo dois milhões de refugiados, segundo a ONU.
A Síria tem ofuscado no G20 os países emergentes, que passam por uma turbulência devido à fuga de capitais provocada pelo iminente fim da política de estímulos monetários do Federal Reserve americano para combater a crise financeira.
O BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) fizeram um apelo aos países ricos para que coordenem as políticas de combate à crise para evitar turbulências financeiras que prejudiquem seu crescimento e que desvalorizem suas moedas.