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Crise e desemprego fazem jovens sonharem com futebol

No último ano, triplicou o número de crianças que procuram os centros esportivos com objetivo de se tornar jogadores profissionais na Espanha

Crianças jogando futebol de areia em Ipanema: agora a brincadeira está proibida (Bossa 67 via Wikimedia Commons)

Crianças jogando futebol de areia em Ipanema: agora a brincadeira está proibida (Bossa 67 via Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2012 às 17h52.

Barcelona - A crise econômica e o elevado desemprego dispararam o número de crianças e adolescentes que lotam as escolas de futebol em busca de uma saída profissional como jogador.

Pedro Marcet, diretor pedagógico da Fundação Marcet, que possui escolas de futebol no mundo todo, disse à Agência Efe que no último ano triplicou o número de crianças que procuram os centros esportivos com objetivo de se tornar jogadores profissionais.

Marcet, um dos oito filhos de Javier Marcet, que defendeu o Barcelona, Real Madrid e Espanyol na década de 50, reconheceu que muitos sonhos das crianças são fomentados pelos pais, que explicam que poucos são aqueles que conseguem ganhar a vida com o esporte.

'Às crianças não podemos dizer isto, porque é bom que tenham sonhos e se esforcem para alcançá-los', explicou o diretor, que reconhece que, além da crise, também os triunfos da seleção espanhola e o Barcelona incentivaram os mirins.

Atualmente, a Fundação Marcet ensina futebol a mais de 2 mil crianças e adolescentes em suas delegações de todo o mundo, sendo 600 delas nas instalações do Barcelona, onde há um ano eram apenas 200.

O diretor pedagógico da Fundação explicou que está crescendo também o pedido de adolescentes a partir de 14 anos, de vários países, para vir a Barcelona aprender a jogar como Xavi, Iniesta, Puyol ou Valdés.

'Nestes cursos não se fala nem castelhano nem catalão, só podemos falar em inglês, é incrível, impressionante, as exigências que estamos tendo que ter', confessou Marcet.


Também nas escolas de futebol de Madri, Valência, Bilbao, Mallorca e Tenerife triplicaram o número de alunos. 'Achamos que em Madri, dentro de um ano, os alunos superarão os de Barcelona', disse o diretor pedagógico da Fundação, se referindo aos pedidos das crianças de serem como Cristiano Ronaldo.

'Temos muitas meninos que querem ser profissionais, mas nós deixamos claro que devem estudar e ter uma formação à margem do esporte', disse Pedro Marcet.

A Fundação concede bolsas de estudos aos garotos que têm aptidões e sobressaem no esporte e cujas famílias carecem de recursos para pagar-lhes os cursos.

'Não temos um número de bolsas de estudos determinado, funcionam com um acordo simples, o único compromisso que precisam é ser boa pessoa e atleta, e que devolvam à Fundação o valor quando se tornarem profissionais', explicou Pedro Marcet. 

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