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Crianças são maioria dos deslocados na África Ocidental e Central

Mais de 7 milhões de crianças todos os anos se deslocam na região que sofre com a pobreza e as mudanças climáticas

Mudança climática como um dos principais fatores que descolam pessoas na África Ocidental e Central (Tiksa Negeri / Reuters/Reuters)

Mudança climática como um dos principais fatores que descolam pessoas na África Ocidental e Central (Tiksa Negeri / Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de julho de 2017 às 12h03.

Nairóbi - O fundo Unicef pediu nesta quarta-feira uma maior proteção para as mais de 7 milhões de crianças que todos os anos se deslocam na África Ocidental e Central e que representam mais da metade dos deslocados na região.

Em seu novo relatório "Na busca de oportunidades: vozes de crianças em trânsito na África Ocidental e Central", a agência da ONU examina os principais fatores que impulsionam a imigração e o deslocamento de crianças a nível regional, bem como o efeito destes movimentos em massa no futuro.

"As crianças da África Ocidental e Central estão se movimentando em quantidades como nunca antes, muitos buscando a segurança e outros uma vida melhor", afirmou a diretora regional do Unicef, Marie-Pierre Poirier, em um comunicado.

No total, a cada ano 12 milhões de pessoas são obrigadas a se deslocar nesta região e, segundo o Unicef, "75% delas fica na África Subsaariana e menos de uma em cada cinco se dirige à Europa".

"A maioria destas crianças se desloca dentro da África, não para a Europa e nem a outros lugares. Devemos alargar o debate sobre a migração para compreender a vulnerabilidade de todos as crianças em trânsito e estender os sistemas de proteção em todos os destinos previstos", acrescentou Poirier.

O relatório, baseado em entrevistas com imigrantes e suas famílias procedentes de vários países, revela a complexidade das causas que levam à migração, além da pobreza.

Assim, aponta para a mudança climática como um dos principais fatores, já que as graves secas e inundações estão causando a perda de seus meios de vida.

Também aponta para as tensões pelo acesso aos poucos recursos, que estão provocando hostilidades em algumas zonas rurais e empurrando muita gente a se mudar para as cidades.

O relatório sugere que a migração de menores e jovens na região tende a aumentar devido ao rápido crescimento da população e à urbanização, ao desenvolvimento econômico desigual, ao conflito permanente, aos governos débeis e à limitada capacidade institucional para dar apoio às populações mais vulneráveis.

Perante esta situação, o Unicef pediu aos Governos regionais, da Europa e de qualquer lugar do mundo que adotem medidas de proteção dos menores migrantes.

Entre estas medidas figuram a proteção dos meninos, especialmente os que viajam a sós, contra a exploração e a violência, bem como acabar com as detenções dos menores que solicitam o status de refugiado.

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