CPI: inflação dos EUA tem leve aceleração e vai a 2,7% no acumulado de 12 meses
Dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo governo americano
Repórter de macroeconomia
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 10h36.
Última atualização em 11 de dezembro de 2024 às 14h21.
O índice de preços ao consumidor ( CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,3% em novembro. O dado foi divulgado nesta quarta-feira, 11, pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho.
Em agosto, setembro e outubro, o indicador havia subido 0,2% a cada mês, na comparação com os meses anteriores. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação no país avançou 2,7%. Em outubro, este indicador estava em 2,6%.
O núcleo do CPI, que exclui gastos com comida e energia, subiu 0,3% em novembro e 3,3% em 12 meses.
Inflação em queda
A inflação nos EUA chegou a 9,1% ao ano em junho de 2022, na esteira da crise gerada pela pandemia, e vem caindo. A meta do Fed, o banco central americano, é trazer a inflação para 2%. No começo do ano, ela estava acima de 3%, e agora está em 2,4%.
Em setembro, o Fed deu início ao corte de juros e baixou a taxa principal em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Foi a primeira baixa em quatro anos. No dia 6 de novembro, houve nova baixa de 0,25 ponto, para a faixa de 4,50% a 4,75% ao ano.
Opróximo anúncio sobre juros do Fed será em 18 de dezembro. Segundo a Reuters, 90% dos economistas americanos estimam que o banco deverá cortar mais 0,25 ponto percentual, e depois fazer uma pausa nos cortes a partir de janeiro, mês em que Donald Trump iniciará seu segundo mandato como presidente dos EUA.
"Apesar dos números do CPI em linha com o consenso [esperado pelo mercado], a qualidade da inflação continua piorando", diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, sobre o CPI nos EUA. "A dinâmica inflacionária me parece mais consistente com o Fed pausando o ciclo de corte de juros no começo de 2025".
Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.