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Costa Concordia: juíza nega pedido de acusação de timoneiro

De acordo com a leitura da caixa-preta, o timoneiro teria confundido uma ordem do capitão durante a manobra de aproximação à ilha de Giglio

O "Costa Concordia" viajava com 4.229 pessoas a bordo, incluindo 3.200 turistas e mil membros da tripulação. 32 pessoas morreram no naufrágio (Filippo Monteforte/AFP)
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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2012 às 21h24.

Roma - A juíza instrutora Valeria Montesarchio rejeitou nesta segunda-feira o pedido do advogado do capitão Francesco Schettino - o principal acusado pelo naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, no qual morreram 32 pessoas -, de incluir o timoneiro entre os acusados.

Nesta segunda, Schettino apareceu pela primeira vez na sala onde está sendo realizado a fase de instrução do processo, que prosseguiu com a divulgação das perícias realizadas na caixa-preta e com as respostas das 50 perguntas realizadas pela juíza instrutora.

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De acordo com a leitura da caixa-preta, o timoneiro teria confundido uma ordem do capitão durante a manobra de aproximação à ilha de Giglio e também contribuído com o acidente e, por isso, que o advogado de Schettino, Bruno Leporatti, pediu sua inclusão entre os acusados.

No entanto, a juíza não considerou que o timoneiro do "Costa Concordia" deva ser implicado nas partes acusadas porque sua posição no acidente já foi esclarecida há alguns meses.

Da "caixa-preta" sairão informações importantes, como a mudança de rota, mas também se o capitão havia advertido à companhia sobre o incidente, informou a imprensa italiana.


Durante a audiência, que reuniu aproximadamente 500 pessoas, um sobrevivente se aproximou de Schettino e disse: "esperemos que a verdade seja encontrada em breve". O capitão, por sua vez, respondeu que "sim, a verdade deve ser dita", e ambos se cumprimentaram.

Além das informações contidas na caixa preta, a audiência também deverá analisar a projeção dos vídeos gravados no momento do naufrágio, os quais incluem as vozes do capitão, de seus subalternos e dos passageiros.

O processo começou no último dia 3 de março e está sendo realizado no teatro Moderno de Grosseto (centro da Itália), que se transformou em um tribunal para acomodar a grande quantidade de pessoas que pediram assistir o julgamento.

A audiência, que foi realizada de portas fechadas, busca examinar os resultados dos relatórios para esclarecer o ocorrido na noite do último dia 13 de janeiro, quando o cruzeiro encalhou a poucos metros do litoral da ilha do Giglio após ter batido contra uma rocha.

Desde o impacto até as primeiras tarefas de desembarque dos 4.229 passageiros, várias horas se passaram, e o navio acabou sendo inclinado. No final das operações de resgate, se soube que 30 pessoas haviam morrido e duas permaneceram desaparecidas.

Nesta fase de análise de provas, as autoridades locais prevêem pelo menos três audiências.


Além de Schettino, a promotoria de Grosseto investiga sob as acusações de homicídio, naufrágio e abandono de embarcação o segundo homem no posto de comando, Ciro Ambrosio, e outros quatro oficiais, Andrea Bongiovanni, Roberto Bosio, Silvia Coronica e Salvatore Ursino.

Neste aspecto, os juízes também investigam três dirigentes da Costa Cruzeiros: o vice-presidente executivo de operações da frota, Manfred Ursprunger, assim como o chefe da Unidade de Crise, Roberto Ferrarini, e o superintendente da frota da embarcação, Paolo Parodi.

Já o capitão Schettino se encontra em liberdade desde o dia 5 de julho, quando a juíza Valéria Montesarchio decidiu substituir a prisão domiciliar, ditada por ela mesma em janeiro, pela obrigação de monitoramento de sua residência. EFE

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