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Corte restringe ações rápidas da Alemanha para atuar na crise

Decisão pode atrapalhar a capacidade de Berlim de agir de forma decisiva contra a crise da dívida

Com a decisão, o euro voltou a subir, retornando ao patamar de 1,40 dólar (Peter Muhly/AFP)

Com a decisão, o euro voltou a subir, retornando ao patamar de 1,40 dólar (Peter Muhly/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2011 às 11h27.

BERLIM  - A corte mais importante da Alemanha concedeu ao Parlamento do país uma participação maior nos planos de socorro financeiro na zona do euro. A decisão poderá atrapalhar a capacidade de Berlim de agir de forma decisiva e rápida contra a crise da dívida que afeta a região. A chanceler Angela Merkel havia dito que é necessário uma grande ação sobre a crise para que ela seja resolvida.

A Corte Constitucional do país rejeitou uma série de ações que tinham como objetivo bloquear a participação da maior economia da Europa em pacotes emergenciais de empréstimos, mas disse que o governo precisa obter a aprovação do comitê de orçamento do Parlamento antes de conceder esse tipo de ajuda.

"Essa foi uma decisão muito apertada. Mas não deve ser interpretada erroneamente como uma cheque em branco constitucional autorizando novas medidas de resgate", disse o juiz aos autores das ações, às autoridades do governo e aos membros do Parlamento presentes no tribunal em Karlsruhe.

Com a decisão, o euro voltou a subir, retornando ao patamar de 1,40 dólar.

"A decisão de hoje deve trazer algum alívio aos mercados financeiros, já que o cenário de caos total foi evitado, mas não deve provocar euforia", disse Carsten Brzeski na ING.

"A decisão confirma nossa opinião de que a abordagem alemã sobre a crise da dívida não deve mudar, mas o Parlamento alemão no final votará em favor de um segundo pacote de socorro para a Grécia e do EFSF (fundo de resgate da zona do euro) reforçado.

Com a restrição à capacidade da Alemanha de agir rapidamente, os países mais endividados da zona do euro tentavam convencer os investidores de seus compromissos para lidar com os problemas de dívida.

Dúvidas com relação à disposição da Itália e da Grécia de impor a austeridade exigida por seus parceiros afetaram o clima política na Europa e deflagraram novas pressões sobre os mercados de obrigações.

O governo de centro-direita da Itália prometeu na terça-feira aumentar a taxa sobre o valor agregado, enquanto atendia à pressão do mercado por novas medidas com relação à dívida e ignorava os protestos populares e as greves contra suas medidas de austeridade.

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