Corte ouve relatos de supostos abusos de cardeal do Vaticano
Alguns dos supostos delitos sexuais cometidos pelo tesoureiro do Vaticano, George Pell, ocorreram em uma piscina e um cinema
Reuters
Publicado em 19 de março de 2018 às 11h52.
Melbourne - Alguns dos supostos delitos sexuais cometidos pelo tesoureiro do Vaticano , George Pell, ocorreram em uma piscina e um cinema, ouviu um tribunal nesta segunda-feira durante uma audiência na qual procurou determinar se submete o caso contra o cardeal australiano a julgamento.
Pell, de 76 anos, é a autoridade católica mais graduada do mundo a enfrentar tais acusações, detalhes das quais não vieram a público.
Em audiências administrativas anteriores, seus advogados disseram que ele se declarará inocente de todas as acusações, mas Pell não tem obrigação de fazer tal declaração a menos que um magistrado determine haver causa para um julgamento.
O Tribunal dos Magistrados de Melbourne ouviu no início da terceira semana de audiências pré-julgamento que um suposto delito aconteceu cerca de 40 anos atrás em um cinema em uma área regional do Estado de Vitória.
Mas uma pessoa que era operadora cinematográfica no cinema à época e conhecia Pell por frequentar a igreja disse à corte que não se lembra de tê-lo visto no local.
O advogado de Pell também mencionou um suposto delito ocorrido mais de quatro décadas atrás em uma piscina.
Uma testemunha disse à corte que viu Pell na piscina "em várias ocasiões", mas nunca viu nada suspeito nem vivenciou nada impróprio.
"Para mim, pessoalmente, não. Não me lembro de nada inadequado", afirmou. Seu nome não pode ser revelado porque poderia ajudar a identificar os acusadores do cardeal.
Na audiência da semana passada, o tribunal ouviu relatos de supostos abusos em outras localidades de Vitória.
No ano passado a polícia australiana intimou Pell a voltar ao seu país de origem devido a acusações de delitos sexuais antigos de várias pessoas. Ele está de licença de seu cargo de ministro da Economia do papa Francisco, que exerce no Vaticano desde 2014.
O pontífice disse que não comentará o caso até seu encerramento.
A audiência pré-julgamento deve durar até o final de março.