Exame Logo

Coronel confirma deserções no Exército sírio

O militar explicou que abandonou o Exército devido aos "ataques contra civis inocentes"

O oficial Hussein Harmush se identificou apresentando sua carteira de identidade militar: "não aceitei as ordens" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2011 às 13h13.

Guvecci - Um coronel sírio que abandonou o Exército confirmou à AFP as deserções nas tropas e garantiu ter protegido os moradores de Jisr al Shughur quando as tropas sírias invadiram, no domingo, esta cidade do noroeste do país.

"Em Jisr al Shughur o Exército sírio avançava com as unidades de infantaria na frente e os tanques atrás. Tentei proteger os civis", declarou à AFP o coronel Hussein Harmush, refugiado desde quinta-feira na fronteira turca, perto da cidade de Güveççi.

"Junto comigo, houve grupos (de soldados) que desertaram", continuou o oficial. "Não tínhamos nada além de armas leves e minas. Colocamos armadilhas para atrasar o Exército sírio e permitir que os civis fugissem e abandonassem a cidade", acrescentou.

Várias testemunhas já haviam comentado sobre confrontos entre diferentes facções do Exército nesta cidade de 50 mil habitantes, submetida a uma forte repressão há alguns dias.

Uma das testemunhas informou sobre combates entre quatro tanques dissidentes e o resto das tropas leais ao regime do presidente Bashar al-Assad.

O oficial, agora vestido à paisana, mas que se identificou apresentando sua carteira de identidade militar, afirmou que, aproveitando uma permissão, fugiu na quinta-feira de Damasco em direção à fronteira turca, onde se instalou com sua família.

Este militar explicou que abandonou o Exército devido aos "ataques contra civis inocentes" e mostrou-se convencido de que em todas as cidades as quais foi enviado para sufocar protestos contra o regime, os manifestantes estavam desarmados.

"O Exército recebeu ordem de impedir a qualquer preço as manifestações e de fazer as pessoas se calarem. Ordenaram que disparássemos contra o povo se as manifestações prosseguissem", explicou.

"Não aceitei as ordens", disse o coronel, relatando que outros soldados agiram desta forma. "Vi tanques dispararem contra cidades, vi a artilharia atirar, helicópteros dispararando com armas automáticas", explicou.

Harmush afirmou que outros oficiais entraram em contato com ele e que espera que também abandonem o exército, embora seja uma decisão difícil.

"Muitos oficiais e soldados querem desertar, mas não o fazem por medo de que sejam mortos, eles ou suas famílias", insistiu.

"Um agente dos serviços secretos recebeu a ordem de matar civis e não o fez. Sua esposa foi estuprada", denunciou o militar.

O coronel Harmush também confirmou que junto às tropas sírias atuam soldados iranianos e milicianos do grupo armado libanês Hezbollah. "Observei-os em ação. Vi francoatiradores iranianos e do Hezbollah que disparavam contra a multidão" em Damasco.

Veja também

Guvecci - Um coronel sírio que abandonou o Exército confirmou à AFP as deserções nas tropas e garantiu ter protegido os moradores de Jisr al Shughur quando as tropas sírias invadiram, no domingo, esta cidade do noroeste do país.

"Em Jisr al Shughur o Exército sírio avançava com as unidades de infantaria na frente e os tanques atrás. Tentei proteger os civis", declarou à AFP o coronel Hussein Harmush, refugiado desde quinta-feira na fronteira turca, perto da cidade de Güveççi.

"Junto comigo, houve grupos (de soldados) que desertaram", continuou o oficial. "Não tínhamos nada além de armas leves e minas. Colocamos armadilhas para atrasar o Exército sírio e permitir que os civis fugissem e abandonassem a cidade", acrescentou.

Várias testemunhas já haviam comentado sobre confrontos entre diferentes facções do Exército nesta cidade de 50 mil habitantes, submetida a uma forte repressão há alguns dias.

Uma das testemunhas informou sobre combates entre quatro tanques dissidentes e o resto das tropas leais ao regime do presidente Bashar al-Assad.

O oficial, agora vestido à paisana, mas que se identificou apresentando sua carteira de identidade militar, afirmou que, aproveitando uma permissão, fugiu na quinta-feira de Damasco em direção à fronteira turca, onde se instalou com sua família.

Este militar explicou que abandonou o Exército devido aos "ataques contra civis inocentes" e mostrou-se convencido de que em todas as cidades as quais foi enviado para sufocar protestos contra o regime, os manifestantes estavam desarmados.

"O Exército recebeu ordem de impedir a qualquer preço as manifestações e de fazer as pessoas se calarem. Ordenaram que disparássemos contra o povo se as manifestações prosseguissem", explicou.

"Não aceitei as ordens", disse o coronel, relatando que outros soldados agiram desta forma. "Vi tanques dispararem contra cidades, vi a artilharia atirar, helicópteros dispararando com armas automáticas", explicou.

Harmush afirmou que outros oficiais entraram em contato com ele e que espera que também abandonem o exército, embora seja uma decisão difícil.

"Muitos oficiais e soldados querem desertar, mas não o fazem por medo de que sejam mortos, eles ou suas famílias", insistiu.

"Um agente dos serviços secretos recebeu a ordem de matar civis e não o fez. Sua esposa foi estuprada", denunciou o militar.

O coronel Harmush também confirmou que junto às tropas sírias atuam soldados iranianos e milicianos do grupo armado libanês Hezbollah. "Observei-os em ação. Vi francoatiradores iranianos e do Hezbollah que disparavam contra a multidão" em Damasco.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasPrimavera árabeSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame